Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Diante de um mundo arrasado, de um ambiente
de profunda desolação, de corações sofridos e enlutados, Isaías clama Vida, Alegria,
Ressurreição! O texto da primeira leitura de hoje, extraído do livro de Isaías, nos
leva à Esperança. O Profeta quebra a rotina desoladora e nos aponta a ação de Deus,
a regeneração do mundo, a redenção do ser humano. Mas o Senhor que pode fazer tudo
sozinho, quer nossa colaboração, quer fazer-nos partícipes de sua obra salvífica.
Nesse próprio ato de pedir nossa colaboração já está a redenção.
O Senhor
nos trata como pessoas maduras, capazes, pessoas criadas à Sua imagem e semelhança.
Por isso não é próprio do fiel ficar de braços cruzados, desanimado e acomodado. Aquele
que crê levanta a cabeça, solta os braços e busca dentro de si a força do Senhor,
e imediatamente começa a colaborar com o Criador. O fiel reage contra qualquer ação
oriunda da cultura de morte. Ele crê na Vida! Assim aconteceu com a escravidão no
Egito, em outras situações onde os protagonistas foram os pobres, os marginalizados,
os portadores de deficiência, os pequenos segundo o mundo. Assim fez Jesus Cristo,
colocando-se como servo de todos, à disposição do Pai para assegurar a felicidade
eterna ao Homem.
No Evangelho de hoje, temos em prmeiro lugar a dificuldade
de João Batista em reconhecer em Jesus o Messias prometido. Na pregação de João Batista,
como vimos no domingo passado, Jesus deveria tratar os pecadores com bastante dureza,
destruí-los até. Mas ele não o faz, ao contrário, provoca mudanças em seus corações,
possibilitando a salvação, faz refeições com eles e até se torna amigo deles. Isso
desorienta o Batista.
Quando interrogado pelos discípulos de João, Jesus responde
citando Isaías, ou seja, dizendo que sua missão é de redenção, por isso os sinais
que faz são de salvação. Deus ama a todos, bons e maus. Todos são seus filhos, foram
criados por amor.
Em segundo lugar, Jesus elogia a pessoa do Batista dizendo
que ele é mais que um Profeta, o maior entre os nascidos de mulher – dirá o Mestre.
Ao dizer que “O menor no Reino dos céus é maior do que o Batista”, Jesus afirma que
esse menor entendeu que Deus vem ao encontro do Homem para perdoá-lo, acolhê-lo e
amá-lo. Menor e maior. Sem depreciar em nada a figura de João Batista Batista, já
que os tempos do Reino transcendem inteiramente aqueles que os precederam e prepararam,
essas duas palavras opõem duas épocas da obra divina, duas “economias”, conforme nos
esclarece a Bíblia de Jerusalém.
Finalmente, na 2ª leitura, São Tiago nos exorta
a que fiquemos firmes até e chegada do Senhor. Firme para Tiago significa manter a
fé, a esperança e a caridade. Por isso, ele toma como exemplo o agricultor que trabalha
e depois fica à espera do fruto prometido e nos aconselha a não nos queixarmos dos
irmãos. (CAS)