FUNDADOR DOS MISSIONÁRIOS XAVERIANOS SERÁ CANONIZADO PROXIMAMENTE
Cidade do Vaticano, 10 dez (RV) - Bento XVI autorizou na manhã desta sexta-feira,
com a audiência concedida ao Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal
Angelo Amato, a promulgação dos Decretos com os quais se abre à canonização próxima
do fundador dos Missionários Xaverianos, Beato Guido Maria Conforti, e à beatificação
de onze Servos de Deus, seis dos quais assassinados durante a Guerra civil na Espanha
e um assassinado pelos nazistas no campo de concentração de Dachau, na Alemanha. Ademais,
os Decretos reconhecem as virtudes heróicas de quatro novos Veneráveis.
Guido
Maria Conforti parecia obrigado a conter os impulsos de seu ânimo, devido a uma saúde
precária que o condicionava desde a sua adolescência. Mas não se encontrava enfermo
o seu espírito, que cedo o levou ao sacerdócio e, apesar de nenhum instituto missionário
aceitá-lo, ele não se desencorajou, e em 1895 fundou, por conta própria, a Congregação
de São Francisco Xavier para as Missões exteriores.
A Congregação tornou-se
uma nova flor no jardim da Igreja: no ano seguinte à fundação, dois Xaverianos partiram
em missão para a China. Aos 37 anos de idade, Conforti foi nomeado Arcebispo de Ravenna
– nordeste da Itália – tendo que renunciar, após um ano, ao governo pastoral da Arquidiocese,
por motivo de saúde.
Em 1907 tornou-se coadjutor do Arcebispo de Parma – norte
da Itália – depois sucessor, e desta vez, em plena atividade, conduziu a Arquidiocese
por 25 anos.
Três anos antes de sua morte, em 1928, Dom Conforti coroou o sonho
de ir à China para uma visita a seus Xaverianos. Em 1995 João Paulo II proclamou-o
Beato.
Apenas dois anos mais jovem que o futuro Santo Conforti, Pe. Francesco
Paleari – futuro Beato – nasceu em Pogliano Milanese – norte da Itália – em 1863,
passou a sua vida na Casa da Divina Providência, fundada por São José Benedetto Cottolengo.
Educador de jovens, formador de adultos consagrados e leigos, Pe. Francesco destacou-se
como um dos muitos sacerdotes apóstolos da caridade que iluminam a história da Igreja
italiana e mundial entre os séculos XIX e XX.
Entre os próximos Beatos figuram
também duas fundadoras. Trata-se de Maria Clara do Menino Jesus (no século, Libânia
do Carmo Galvão Meixa de Moura Teles e Albuquerque), originária da cidade portuguesa
de Amadora, onde nasceu em 1843. Em 1871 fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas
Hospitaleiras da Imaculada Conceição, hoje espalhada pelo mundo com significativa
presença na América e na Ásia, destacando-se na assistência aos enfermos.
A
segunda fundadora é Ana María Janer Anglarill, espanhola, nascida em Cervera, na Catalunha,
em dezembro de 1800, fundadora do Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell.
Dos
sete mártires que serão elevados aos altares, um é o sacerdote diocesano Ludwig Andritzki,
alemão de Radibor, que com 28 anos perdeu a vida no campo de concentração de Dachau,
no dia 3 de fevereiro de 1943.
Os outros seis – dois sacerdotes diocesanos
e um grupo de sacerdotes e coroinhas franciscanos da Ordem dos Frades Menores e da
Terceira Ordem Secular – constituem um novo elenco daquelas numerosas testemunhas
da fé que durante a perseguição desencadeada em 1936 contra a Igreja Católica na Espanha
pagaram com o sangue a sua fidelidade ao Evangelho. (RL)