Cairo, 10 dez (RV) - “Os carcereiros demonstram certo nervosismo, começaram
a bater novamente nos reféns e a pedir mais dinheiro depois que várias famílias no
último domingo pagaram 500 dólares para evitar perigos para seus entes queridos sequestrados.
Agora, aos iniciais pedidos econômicos, acrescentaram-se outros”. O balanço da situação
dos 250 africanos (74 eritreus), mantidos acorrentados por traficantes de seres humanos
no Sinai foi feito à agência SIR pelo Padre Mussie Zerai, Presidente da Agência Habeshia
para a Cooperação e o Desenvolvimento (Ahcs), que mantém contato com os reféns.
O
último colóquio ocorreu quarta-feira à noite, enquanto se difundem notícias sobre
a descoberta do esconderijo dos traficantes. Segundo o sacerdote “esse nervosismo
revelado pelos seqüestradores poderia ser devido às negociações em curso entre os
serviços de segurança egípcios e os líderes das tribos da região do Sinai, onde os
imigrantes estão sendo mantidos como reféns há cerca de um mês.
“Esperamos
que se possa chegar à libertação dos reféns – disse padre Zerai -, mas é urgente pensar
em um plano de acolhida e proteção para essas pessoas uma vez liberadas, talvez com
o status de refugiados. Não quero fazer polêmica, mas recordo que entre os 250 reféns,
há 80 provenientes da Líbia, que foram rejeitados no Mediterrâneo entre 2009 e 2010.
A última rejeição de 22 eritreus ocorreu no dia 6 de junho passado. Alguns destes
22 – concluiu o sacerdote – são agora reféns no Sinai”. (SP)