DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DEDICADO AOS ATIVISTAS
Genebra, 10 dez (RV) – Hoje comemora-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Na sede das Nações Unidas em Genebra, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos,
Navi Pillay, deverá acolher ativistas provenientes de todo o mundo.
Em uma
coletiva de imprensa, ontem, Navi definiu a situação dos Direitos Humanos no mundo
como “bastante deprimente” e que está dando sinais de agravamento.
Navi e
o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disseram que as Nações Unidas estão dedicando
esse dia a todos os ativistas de direitos humanos do mundo, que definiram como heróis
anônimos.
Numa mensagem transmitida pela Rádio Onu, Ban Ki-moon disse que mulheres
e homens corajosos têm em comum o compromisso de expor irregularidades, acabar com
a impunidade e proteger os mais fracos. Ele lembrou também que, em muitos países,
defensores de direitos humanos são torturados, agredidos e até assassinados, sendo
as agressões estendidas a familiares e amigos.
Mulheres que se engajam na
luta pelos direitos humanos, muitas vezes, enfrentam riscos adicionais e, por isso,
precisam de mais apoio.
Concluindo, Ban Ki-moon afirmou que os Estados têm
a responsabilidade primária de proteger os defensores dos direitos humanos e pediu
aos países que assegurem a liberdade de expressão e de reunião para possibilitar o
trabalho dos ativistas em todo o mundo.
Os direitos humanos são a base da liberdade,
da paz, do desenvolvimento e da justiça.
Ainda por ocasião do Dia Internacional
dos Direitos Humanos, o diretor das Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão, Pe.
Mario Rodrigues, disse que esta data “é uma ocasião para focalizar a atenção nos artigos
do Código Penal do país, que contemplam a chamada "Lei sobre a blasfêmia", pois tais
artigos justificam a injustiça, as discriminações e as perseguições, e devem ser abolidos”.
De acordo com Pe. Mario, a lei atinge as minorias religiosas, mas também os
muçulmanos. “Por isso – disse o sacerdote – gostaria de confirmar o que dizem os líderes
islâmicos moderados, ou seja, que essa lei é uma traição também para o Islamismo,
pois não está no Alcorão, e Maomé certamente não desejaria que se cometessem violências
e assassinatos em seu nome.”
Pe. Mario lembrou que a celebração do Dia Internacional
dos Direitos Humanos se dá em um momento de tensões e crise para o Paquistão, lembrando
também o caso Asia Bibi, a mulher cristã condenada à morte, enquadrada na Lei sobre
a blasfêmia. (ED)