AUNG SAN SUU KYI: "NÃO PODE HAVER DEMOCRACIA SEM DIREITOS HUMANOS"
Yangun, 10 dez (RV) - A líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, prêmio
Nobel da Paz-1991, declarou, nesta sexta-feira, que não pode haver democracia sem
direitos humanos.
Em mensagem-vídeo divulgada em Genebra, por ocasião do Dia
Internacional dos Direitos Humanos, Aung San – libertada recentemente pela junta militar
que dirige seu país – afirmou acreditar que os que trabalham em favor da democracia
em Mianmar (ex-Birmânia) são "defensores dos direitos humanos".
Seu testemunho
foi transmitido depois de um discurso da Alta Comissária de Direitos Humanos, das
Nações Unidas, a sul-africana, de ascendência tâmil, Navi Pillay, na presença de militantes
de direitos humanos de numerosos países.
"Sem liberdade nem segurança, nossas
vidas não têm sentido" – disse Aung San Suu Kyi que passou cerca de 15 dos últimos
21 anos em regime de prisão domiciliar, e hoje recebeu, em Yangun, a visita do subsecretário
adjunto de Estado norte-americano para a Ásia Oriental e o Pacífico, Joseph Yun.
Foi
a primeira visita de alto nível que a líder birmanesa recebeu desde que recuperou
a liberdade, em 13 de novembro passado, dias após a realização de eleições no país:
um pleito bastante criticado pelos governos ocidentais que não o consideraram verdadeiramente
livre e democrático.
Durante sua permanência num dos países asiáticos mais
isolados, Joseph Yun conversou com o ministro das Relações Exteriores, Nyan Win, com
representantes de 10 partidos que conseguiram eleger deputados nas eleições de 7 de
novembro e com representantes das Nações Unidas.
Numa entrevista a Claire Bolderson,
da BBC, Aung San Suu Kyi considerou "muito triste" que o dissidente chinês Liu Xiaobo,
que está cumprindo uma pena de 11 anos de reclusão, não possa estar hoje, em Oslo,
Noruega, para a cerimônia de entrega do Nobel da Paz que lhe foi atribuído este ano.
Em 1991, também ela não foi autorizada a comparecer à cerimônia de entrega do prêmio.
(AF)