DIVULGADO DOCUMENTO FINAL DE ENCONTRO SOBRE MIGRAÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Bogotá, 09 dez (RV) - “Para uma melhor pastoral das migrações econômicas e
forçadas na América Latina e no Caribe”: foi o tema do Encontro Continental Latino-americano
de Pastoral dos Migrantes, que se realizou em Bogotá, Colômbia, entre os dias 17 e
20 novembro passado, organizado pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes
e os Itinerantes, em colaboração com a Seção de Mobilidade Humana do CELAM (Conselho
Episcopal Latino-Americano).
Ontem, mais de duas semanas após a conclusão
dos trabalhos foi publicado o documento final da iniciativa, que analisa vários aspectos
das migrações na América Latina, incluindo “a chegada de refugiados, requerentes de
asilo e migrantes provenientes da África e da Ásia, assim como a migração forçada,
devido a desastres ecológicos”. Observou-se também o crescente fenômeno da migração
de retorno. Diante de tudo isto – lê-se no documento citado pela agência Sir – sentiu-se
“a necessidade urgente de ajudar os imigrantes e todos aqueles que se sentem deslocados
e perdidos neste duro caminho, para que se sintam em casa na terra que lhe oferece
o pão para viver e na Igreja onde o Pão da Vida, alimenta novas esperanças”.
Em
termos mais gerais, o documento constata que “há um notável aumento tanto da emigração
quanto da imigração, da migração feminina, das deportações maciças e do tráfico de
pessoas, resultado também da globalização, da crise do mercado liberal e da economia
global, em geral”. O texto final também contém recomendações. Em primeiro lugar, o
convite à comunidade cristã e a todas as organizações dos países de destinação “para
que apóiem as iniciativas que buscam estabelecer organizações de imigrantes, para
que eles mesmos possam oferecer a sua contribuição como atores e interlocutores na
sociedade que os acolhe”.
É essencial, então, que aqueles que trabalham em
favor dos migrantes aprendam a escutá-los, e isso é “de suma importância para restituir-lhes
dignidade”. Uma recomendação também a envolver diretamente os próprios migrantes em
ações ativas em favor de outras pessoas que compartilham a sua condição, de forma
a criar “sinergia”. Importante a formação dos migrantes, “tanto na vida de fé, como
na vida profissional e de trabalho, procurando ajudá-los a aprender a língua do país
de chegada”. Ainda mais importante “respeitar os direitos dos trabalhadores migrantes
e reforçar a integração entre as estruturas das organizações de trabalhadores que
já existem”. Um convite às comunidades cristãs a “fortalecerem as organizações nas
áreas de fronteira, formando pontes sólidas em favor dos migrantes e daqueles que
são forçados a deixar suas casas, acompanhando especialmente os deportados ou os expulsos,
e aqueles que decidem voluntariamente de retornar aos seus países de origem”. (SP)