Cancun, 07 dez (RV) - Os ministros de 190 países estão reunidos em Cancun,
há nove dias, para a Conferência sobre Mudança Climática, COP-16. Segundo agências
de notícias, a atmosfera é positiva e todos estão demonstrando vontade de cooperação
para que Cancun não termine em fracasso, como Copenhague, a um ano atrás.
Maior
emissor do gás de efeito estufa do planeta, a China deu sinais de abertura quanto
à questão controversa da transparência sobre o seu engajamento em termos de emissão
de CO2. "A China está pronta para dividir com o mundo, e desejamos adotar uma atitude
transparente e aberta", declarou o principal negociador chinês, Xie Zhenhua.
Contudo,
o "castelo de cartas" que está sendo construído pacientemente pelas nações, sob impulso
da presidência mexicana, poderá cair, na sexta-feira, caso a questão delicada do futuro
do Protocolo de Kyoto – único instrumento jurídico vinculante sobre o tema em vigor
atualmente – não seja decida. Japão e Índia divergem claramente sobre a questão, pois
o governo nipônico recusa-se a uma prorrogação do período de engajamento ao Protocolo,
que expira em 2012, enquanto os indianos dizem que a extensão é absolutamente necessária.
Brasil
e Reino Unido foram encarregados de achar uma solução viável para esse impasse. Contudo,
segundo o embaixador do Brasil para o Clima, Sérgio Serra, há um consenso entre os
países de que não há ambições, para essa Conferência, de estabelecer níveis de emissão
de efeito estufa menor do que os já conhecidos. Por enquanto, a maior preocupação
é garantir o engajamento dos Estados às metas já estabelecidas, para depois pensar
em novos números.
Uma manifestação popular dirigida por Organizações Não Governamentais
deverá reunir na tarde de hoje 5 mil pessoas, que consideram essas conferências só
mais uma atividade política, sem resultados concretos. A próxima grande conferência
sobre o clima está prevista para o final de 2011, em Durban, na África do Sul. (ED)