Genebra, 03 dez (RV) – O observador permanente da Santa Sé junto ao escritório
das Nações Unidas em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, interveio, essa semana, na
99ª sessão do Conselho da Onu para as Migrações. Ele falou sobre a importância de
se renovar os esforços no sentido de contrastar os estereótipos sobre os imigrantes
e não mais ignorar as suas contribuições.
Segundo Dom Tomasi, o prolongamento
da crise econômica fez com que novos limites fossem impostos às migrações. "Muitas
vezes – disse ele – essas medidas foram tomadas com base em preocupações legítimas
de segurança, mas também foram muito influenciadas pela opinião pública". "Em muitos
casos – continua o prelado – criou-se até uma percepção de rejeição e medo".
Ele
explicou que as políticas sobre o fenômeno das imigrações na perspectiva dos direitos
humanos encontram, com muita freqüência, resistência. Por isso, falou sobre a importância
de reconhecer a contribuição dos imigrantes e promover reformas legislativas que a
reconheçam. "A Igreja – afirmou – recolheu numerosos testemunhos de imigrantes que
não têm condições de tornar aos seus países, muito dos quais se encontram em armadilhas,
sem perspectivas de futuro, sem acesso aos direitos sociais de base, além de viverem
sob o constante temor de serem pegos pela polícia."
O representante da Santa
Sé ressaltou a necessidade da cooperação entre os Estados, e relembrou o que disse
o Papa na mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, a ser realizada
em 2011. O Santo Padre recordou, no documento, a unidade da família humana e o seu
desenvolvimento no bem. "Portanto – disse Bento XVI – todos somos parte de uma só
família, migrantes e populações locais, e todos temos os mesmo direitos de usufruir
dos bens da terra, cuja destinação é universal." (ED)