Bagdá, 03 dez (RV) - Bispos e representantes cristãos se retiraram de uma conferência
sobre "Co-existência e tolerância social", organizada em Erbil pelo Ministério iraquiano
dos Direitos Humanos. O gesto quis ser um protesto contra mais um crime cometido contra
os cristãos. De fato, um dia antes, registrou-se mais uma vítima cristã em Mossul.
Trata-se de Fadi Walid Gabriel, 26, sírio-ortodoxo, vítima de um assassinato a sangue
frio cometido por três homens. A morte do jovem engenheiro – refere a agência AsiaNews
– ocorreu dia 30 de novembro, e o funeral realizou-se na última quarta-feira.
Fadi
Walid estava em sua loja, no bairro Zuhoor de Mossul, onde também era sua residência,
quando três homens armados invadiram o local e sob a ameaça de armas o forçaram a
sair. Levaram-no até uma loja próxima que estava vazia e o executaram a sangue frio.
Com a morte de Walid Fadi aumenta para oito o número de cristãos sírios assassinados
depois do massacre na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Bagdá.
Em
sinal de protesto contra o que parece ser uma onda de violência sem fim contra a minoria
cristã, os representantes das comunidades cristãs se retiraram da conferência, organizada
pelo Ministério iraquiano dos Direitos Humanos. Fontes locais disseram que o Bispo
Afak Assadorian, Presidente do Conselho das Igrejas no Iraque deu o sinal para a retirada.
Seja Assadorian que outros bispos presentes manifestaram publicamente a sua
indignação com este último ataque contra os cristãos. A sessão foi suspensa, realizou-se
uma reunião de emergência para convencer a delegaçã cristã a voltar aos trabalhos.
Foi o que ocorreu depois que a mesma recebeu a garantia de que suas reivindicações
serão escritas no “Manifesto”, que será publicado no final da conferência.
Com
a retomada dos trabalhos, em um breve discurso, o arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom
Louis Sako disse: "É nosso direito democrático pedir ao governo iraquiano e ao ministro
da Defesa que imponham o seu controlo e protejam os cristãos no Iraque; deveriam proteger
a todos, mas neste momento especialmente os cristãos iraquianos”. (SP)