CAZAQUISTÃO: EXPECTATIVA DA IGREJA LOCAL PELA VISITA DO CARDEAL BERTONE
Astana, 02 dez (RV) - "A Igreja Católica no Cazaquistão, exígua minoria, espera
que a visita ao país do Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, ajude a solucionar
duas questões fundamentais: a liberação de vistos concedidos aos missionários estrangeiros
e a abertura à liberdade religiosa" – foi o que disse numa entrevista à Agência Fides
o missionário franciscano Pe. Guido Trezzani, OFM, que vive há 15 anos no Cazaquistão.
O
sacerdote é o fundador e diretor da comunidade "Vilarejo de Arca", em Talgar, nas
proximidades de Almaty, que acolhe crianças portadoras de deficiências, órfãs ou com
dificuldades familiares.
O Cardeal Bertone lidera a delegação da Santa Sé na
reunião da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) que se conclui
hoje em Astana.
O purpurado explicou ter recebido com alegria o convite das
autoridades cazaques, sobretudo pela oportunidade de ir a um país onde existe a possibilidade
de uma serena e profícua convivência religiosa.
Pe. Trezzani sublinhou que
a comunidade católica nos últimos ressaltou as esperanças em relação a duas importantes
questões que afetam a vida do povo cazaque: "a primeira é a dificuldade na liberação
e na renovação de vistos aos missionários estrangeiros; as limitações da liberdade
religiosa, até compreensível para um país que quer impedir a difusão de grupos extremistas
presentes na região da Ásia central, mas, desse modo, penalizam também as minorias
religiosas como a nossa Igreja, que não trazem nenhum perigo" – frisou o sacerdote.
O
país mantém um controle rigoroso sobre todas as atividades religiosas e as comunidades
religiosas devem ser registradas para não ficarem na ilegalidade, nenhuma atividade
missionária é permitida sem autorização estatal.
Nessa situação, ressaltou
Pe. Trezzani, "a comunidade católica está, apesar de tudo, recebendo crescentes demonstrações
de confiança das autoridades civis, e isso traz esperanças. A nossa vida em Arca é
testemunhar. Atualmente são as próprias estruturas assistenciais estatais a nos trazer
e confiar as crianças portadoras de deficiências ou aquelas que não podem cuidar"
– concluiu o missionário. (MJ)