2010-12-02 18:50:45

BENTO XVI: QUEM SE ENCONTRA NA MEMÓRIA DE DEUS ESTÁ VIVO


Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - Bento XVI celebrou na manhã desta quinta-feira, na Capela Paulina, no Vaticano, uma missa em sufrágio de Manuela Camagni, a Memor Domini da família pontifícia falecida dia 23 de novembro próximo passado, vítima de atropelamento no centro de Roma.

Na homilia, o Papa recordou com profunda gratidão o testemunho de fé, sabedoria e caridade da leiga consagrada e se deteve sobre o que significa "memória de Deus".

Uma memória que não se prende ao passado, mas que é sinal da presença viva do Senhor na vida de todo homem - ressaltou.

"Na profundidade do nosso ser está inscrita a memória do Criador." De fato, recorrendo a São Boaventura, Bento XVI centralizou a sua homilia no tema da memória de Deus, vivida diariamente com alegria pela Memor Domini Manuela Camagni.

Justamente porque "esta memória está inscrita em nosso ser, podemos recordar-nos e ver seus traços" na Criação. Uma memória que "não é somente memória de um passado, porque a origem está presente, é memória da presença do Senhor" – disse o Papa.

"É também memória do futuro, porque é certeza que vivemos da bondade de Deus e somos chamados a alcançar a bondade de Deus. Por isso, nessa memória está presente o elemento da alegria, a nossa origem na alegria que é Deus e o nosso chamado a alcançar a grande alegria. E sabemos que Manuela era uma pessoa interiormente permeada pela alegria, justamente por aquela alegria proveniente da memória de Deus."

Enquanto Memor Domini, Manuela sabia que Deus é mais forte do que a morte, é fonte de vida eterna – disse ainda Bento XVI:

"Deus não é Deus dos mortos, é um Deus dos vivos e quem faz parte do nome de Deus, quem está na memória de Deus está vivo. Aliás, nós homens, com a nossa memória podemos conservar somente, infelizmente, uma sombra das pessoas que amamos. Mas a memória de Deus não conserva somente sombras, é origem de vida: aí vivem os mortos, em Sua vida e com a Sua vida entraram na memória de Deus que é vida."

O Papa concluiu a homilia ressaltando que na liturgia renovada após o Concílio Vaticano II se canta o Aleluia também na missa pelos defuntos.

Nós – reconheceu – "sentimos, sobretudo, a dor da perda, sentimos a ausência e o passado". Mas – acrescentou a "liturgia sabe que nós somos, ao mesmo tempo, Corpo de Cristo" e vivemos na memória de Deus.

"Estamos unidos nesse entrelaçamento da Sua memória e da nossa memória, estamos vivos e pedimos ao Senhor que sempre mais possamos sentir essa comunhão de memória. Que a nossa memória de Deus em Cristo se torne sempre mais viva e assim o possamos sentir que a nossa verdadeira vida está n'Ele e aí estamos todos juntos." (RL)







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