Londres, 1º dez (RV) – Como em todos os anos, a data de primeiro de dezembro
é lembrada como o dia mundial de luta contra o HIV/AIDS. No seu relatório anual, a
agência das Nações Unidas para o tema, a UNAIDS, fala de progressos, como a diminuição
do número de contaminações nos últimos dez anos. Contudo, também alerta que a luta
ainda não está ganha.
O diretor da agência nacional francesa de pesquisa sobre
a doença (ANRS), Jean-François Delfraissy, disse que estão em andamento pesquisas
que trazem alternativas de prevenção ao contágio. Uma delas é com o uso de microbicidas
e a outra é com a utilização dos próprios anti-retrovirais em termos de prevenção.
Jean-François explicou à Rádio France Internacional que os microbicidas são
utilizados na mulher. Trata-se de um gel que contém um antiviral, o qual, segundo
análises, permite reduzir o risco de transmissão do HIV em 38%.
Ele falou também
sobre os resultados recentes de um estudo que se chama PreP, ou seja, Profilaxia Pré-exposição.
Trata-se do uso de anti-retrovirais por pessoas soronegativas, como prevenção para
quem está exposto constantemente a relações sexuais de risco, o que reduziria em 44%
as contaminações.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, os
direitos humanos devem ser uma preocupação central em termos de estratégias de combate
à Aids. De acordo com o relatório da Unaids, cujos dados foram relembrados em nota
da OMS, os grupos mais expostos ao HIV são as pessoas envolvidas com a prostituição,
usuários de drogas injetáveis, os homens que têm relação sexual com outros homens
e os transexuais – e são esses também os que menos têm acesso aos programas de prevenção
da doença.
Segundo as Nações Unidas, 80% de todas as mulheres do mundo contaminadas
pelo HIV vivem na África Subsaariana. No leste europeu, 50% dos soropositivos são
também usuários de drogas injetáveis.
Na Espanha e na França, até três quartos
das novas infecções ocorrem em grupos de migrantes.
No mundo todo, aproximadamente
33 milhões de pessoas são soropositivas para o HIV.
O Brasil foi premiado pelas
Nações Unidas por sua liderança no combate à Aids.
Na Inglaterra, o jornal
The Independent traz um encarte especial sobre o tema, dirigido pelo músico Elton
John. Um par de rosas pintado pelo artista britânico Gary Hume ilustram a edição.
As rosas representam a transitoriedade da vida, e foram escolhidas pelo cantor como
forma de manifesto contra a pandemia. (ED)