O AFETO DO PAPA NA MENSAGEM PARA EXÉQUIAS DA LEIGA CONSAGRADA CAMAGNI: AGORA ESTÁ
NOS BRAÇOS DE DEUS
Cidade do Vaticano, 30 nov (RV) - "Onde quer que possamos cair, caímos em suas
mãos. Justamente lá, onde ninguém pode acompanhar-nos, nos espera Deus: nossa Vida."
Encontramos a fé e a ternura do Papa nessas palavras contidas na conclusão da Mensagem
escrita para as exéquias de Manuela Camagni, a leiga consagrada de 56 anos pertencente
à Comunidade das "Memores Domini" – que presta seu serviço no apartamento pontifício
– falecida no dia 23 do corrente, vítima de atropelamento no centro de Roma.
O
funeral foi celebrado nesta segunda-feira em sua terra natal, "San Piero in Bagno",
na região Emilia-Romagna – norte da Itália – com a participação do Secretário particular
de Bento XVI, Mons. Georg Gänswein.
"Gostaria muito de ter podido presidir
às exéquias da cara Manuela Camagni, mas – como podem imaginar – não me foi possível."
Inicia-se assim o que parece ser uma longa carta de adeus, eivada pela consolação
que somente a fé em Cristo pode dar ao coração de quem perdeu uma cara pessoa.
E
certamente Manuela Camagni era cara a Bento XVI, que fala de seu contato diário, nos
cinco anos de Pontificado, com a leiga consagrada que há tempos prestava seus serviços
no apartamento pontifício.
"A Divina Providência levou-a a um serviço discreto,
mas precioso, na casa do Papa – escreve Bento XVI. Ela estava contente por isso, e
participava com alegria dos momentos de família: da santa missa da manhã, das Vésperas,
das refeições em comum e das várias e significativas atividades da casa."
"A
separação dela, tão surpreendente, e também do modo como se deu – ressalta o pontífice
– causou-nos uma grande dor que somente a fé pode consolar. Conforta-me pensar nas
palavras que são o nome da sua comunidade: "Memores Domini".
E "me dá paz pensar
que Manuela era uma Memor Domini, uma pessoa que vive na memória do Senhor"
– afirma o Santo Padre. Essa relação com Ele "é mais profunda do que o abismo da morte.
É uma união que nada e ninguém pode romper".
O Papa quase joga com as palavras
da Comunidade à qual pertencia Camagni para revelar outra verdade profunda: "Nós somos
Memores Domini porque Cristo é Memor nostri, nos recorda com o amor
de um Pai, de um Irmão, de um Amigo, inclusive no momento da morte."
Embora,
por vezes, possa parecer que naquele momento Ele esteja ausente, que se esqueça de
nós, na realidade nós estamos sempre presentes para Ele, estamos em seu coração.
De
fato, "onde quer possamos cair – conclui Bento XVI – caímos em suas mãos. Justamente
lá, onde ninguém pode acompanhar-nos, nos espera Deus: a nossa vida". (RL)