Cidade do Vaticano, 28 nov (RV) - Iniciamos um novo ano litúrgico e, com ele,
nova oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã haurida
da Sagrada Escritura.
O Evangelho de hoje nos fala da vinda de Jesus, de sua
segunda vinda. O tempo do Advento, que ora iniciamos, tem o objetivo de nos preparar
para essa segunda vinda. É verdade que nos preparamos para a festa do Natal, mas a
liturgia deseja principalmente nos preparar para o encontro definitivo com Cristo,
cuja celebração natalina tem objetivo idêntico.
No Evangelho Jesus nos fala
da vida diária e diz que é no cotidiano que Deus vem ao nosso encontro, como aconteceu
na época de Noé. Apesar de se comentar o fim daquele tempo, nem todos se prepararam
e até zombavam dos que levaram a notícia a sério. Essa preparação não deve ser
de modo estático ou trágico como algumas pessoas pensam. Essa preparação é feita de
modo dinâmico, dentro da vida diária, sem se fazer nada de especial, apenas praticando
os ensinmentos do Senhor, amando a Deus e ao próximo. Nosso fim, nossa morte é certa
e inevitável. Da morte ninguém escapa, é uma certeza. Apenas não sabemos quando e
nem como.
Por isso é importante que estejamos preparados para esse momento
que eternizará nossa existência. Lembro-me de uma brincadeira de criança chamada
“brincar de estátua”. As crianças estão pulando, dançando, fazendo qualquer coisa
e aí o coleguinha grita “estátua” e todos deverão permanecer paralizados, como estavam
quando ouviram o grito “estátua”. Também assim será o momento do encontro com Deus.
Quando o Senhor nos chamar, quando disser “estátua”, não haverá posibilidade alguma
de mudança, mas nos apresentaremos a Ele como fomos encontrados. Portanto aquele ditado
que diz “Para onde a árvore pende, para lá cairá”, é uma grande verdade.
Aquele
será o dia da nossa realidade, quando não mais poderemos mudar de coisas. Ao preencher
a última página no livro de nossa existência, tudo estará consumado. Tudo estará nas
mãos de Deus.
Portanto, vivamos de modo feliz, alegre, fazendo o que o Senhor
nos pediu, sem outra preocupação a não ser amar e servir. Nossa vida, nossa saúde,
nossos dons e bens, intelectuais, espirituais e materiais deverão ser colocados à
disposição de Deus, ou seja, das pessoas que Ele colocou em nossa vida, para que sejam
felizes, para que O conheçam e O amem. Isso será eternizado quando chegar ao fim nossa
participação neste mundo. Não sirvamos de nossa vida e dos bens que possuímos para
nossa própria ruína. Deus nos criou livres e assim nos deixa viver. Sejamos responsáveis!
(CAS)