JUDEUS E MUÇULMANOS UNEM-SE EM ORAÇÕES PARA QUE CHOVA NA TERRA SANTA
Jerusalém, 27 nov (RV) - Líderes religiosos do Islamismo e do Judaísmo na Terra
Santa poucas vezes concordam em algum aspecto, mas nos últimos dias, uniram-se por
uma causa comum e passaram a rezar para que chova na árida região que, ao longo do
mês de novembro, registrou temperaturas típicas do verão.
Nas igrejas, sinagogas
e mesquitas, os fiéis aproveitam as orações para pedir que sejam abençoados com as
chuvas, já que a atual seca poderia provocar enormes estragos à agricultura.
Há
duas semanas, dezenas de imames, rabinos e um sacerdote cristão uniram suas forças,
num inusitado encontro, para orar juntos para que o outono comece a se manifestar.
Além
da oração conjunta, houve uma série de iniciativas para que chova na Terra Santa que
abriga alguns dos lugares sagrados das três religiões monoteístas. Os rabinos Yona
Metzger e Shlomo Amar deixaram claro, numa carta a seus fiéis que, por causa de seus
"muitos pecados", "a terra está seca".
Na quinta-feira, Metzger e Amar visitaram
na cidade de Hatzor Haglilit, no norte do país, o túmulo de Honi HaM'agel – sábio
judeu do século I a.C., famoso por invocar com sucesso a chegada da chuva.
Nas
últimas duas semanas, os mais altos guias espirituais judeus convocaram os fiéis a
observarem vários dias de jejum, como demonstração de sacrifício e purificação de
seus pecados.
Na quarta-feira, dezenas de rabinos uniram-se numa grande cerimônia
com o mesmo objetivo, a bordo de um navio no Mar da Galiléia, cujo nível diminui meio
centímetro a cada dia. Os dois rabinos comandaram uma oração especial que muitos judeus
vêm recitando com fervor nos últimos dias, para tentar reverter a alarmante situação.
A
relação entre as chuvas e o povo judeu está na Bíblia, no capítulo 11 do Deuteronômio
que adverte a esse povo que, se adorarem outros deuses, "não haverá chuva e a terra
não dará seus frutos".
Se a situação não mudar em breve, os peregrinos cristãos
poderão chegar a Belém, dentro de algumas semanas, e viver um Natal que promete ser
bastante quente. (AF)