2010-11-26 12:51:21

PAQUISTÃO: VISITA DO CARDEAL TAURAN ENCORAJA CRISTÃOS


Islamabad, 26 nov (RV) - "A visita do Cardeal Jean-Louis Tauran representa um grande encorajamento para os cristãos no Paquistão. O purpurado chega num momento crítico, em que se registram crescentes tensões sociais e religiosas pelo caso de Asia Bibi e outras razões", foi o que disse o Arcebispo de Lahore, Dom Lawrence John Saldanha, Presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, a respeito da visita do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Tauran, que chegou ontem ao Paquistão.

A viagem do purpurado coincide com esse delicado momento, em que todos os setores do país debatem o caso de Asia Bibi, a mulher cristã condenada à morte por blasfêmia.

Nos próximos dias, o cardeal se encontrará com a comunidade católica e diversas Comissões da Conferência Episcopal, além de participar de um encontro inter-religioso. Ontem, o purpurado encontrou-se com as autoridades civis, com o ministro para minorias religosas, Shahbaz Bhatti, e com o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari.

"Neste momento, estamos preocupados com o clima de crescente intolerância. A tensão aumentou; continuam as manifestações e apelos de grupos islâmicos radicais que querem fomentar o conflito social e religioso. Esperamos que a missão do Cardeal Tauran possa ajudar a acalmar a situação e contribuir na resolução do caso de Asia Bibi" – frisou Dom Saldanha.

"Para a Igreja o melhor modo para solucionar definitivamente o caso é um novo inquérito e a realização do processo diante da Corte Suprema para comprovar de modo inequívoco a sua inocência. Um claro pronunciamento jurídico de inocência é o único modo para calar, de vez, os protestos" – sublinhou o arcebispo.

Segundo outras fontes locais, "a graça presidencial teria o significado de libertar uma pessoa que admite a sua culpa. Isto causaria uma autêntica revolta de grupos islâmicos. Na cultura feudal e na interpretação islâmica atual, o perdão é inadmissível: à ofensa deve corresponder uma punição adequada, e a ofensa ao Profeta é uma das mais graves".

Movimentos religiosos islâmicos anunciaram para os próximos dias manifestações de protesto contra o Presidente Zardari e ameaçaram o ministro Bhatthi, que se empenhou no caso de Asia Bibi. (MJ)







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