SER MIGRANTE NA FRONTEIRA MEXICANA, UM RISCO ALTO DEMAIS
Cidade do México, 22 nov (RV) - "O crime organizado, tendo como cúmplices as
autoridades da migração e segurança no México, semearam um clima de perseguição, dor
e morte nos migrantes da América Central", denunciou o consultor do projeto "Fronteira
com Justiça no México, Pe. Pedro Pantoja Arreola, durante o recente Encontro Latino-Americano
da Pastoral dos Migrantes, realizado em Bogotá, na Colômbia.
O sacerdote, que
é também responsável de uma casa situada a 400 km da fronteira entre México e Estados
Unidos, disse que cerca de 200 migrantes da América Central procuram refúgio cotidianamente
na "Belen Posada del Migrante" localizada em Saltillo, capital do Estado de Coahuila.
"A migração forçada da América Central é um calvário – disse Pe. Arreola, acrescentando
que este calvário começa com a entrada pelo Chiapas, no sul, no confim com a Guatemala,
até o confim norte, onde os migrantes são submetidos à extorsão, sequestro ou morte.
O
sacerdote afirmou também que a migração da América Central vive hoje seu pior momento.
Em 2009, registraram-se cerca de 18 mil sequestros de migrantes, o que gerou um lucro
de 25 milhões de dólares para o crime organizado.
No último sábado, o bispo
auxiliar de San Cristóbal, Dom Enrique Díaz Díaz, recordou na Catedral de Morelia,
as palavras de Dom Alberto Suárez diante das 18 pessoas do Estado de Michoacán torturadas,
assassinadas e abandonados numa fossa comum, uma semana atrás.
"O que vemos
hoje é resultado de anos de abandono, do fracasso de todos os aspectos da política
e da educação; e tudo isso não surgiu espontaneamente. É resultado de anos de destruição
do tecido social por causa da perda de valores, vivendo como se Deus na existisse".
(MJ)