PAPA AOS NOVOS CARDEAIS: CRITÉRIO DA GRANDEZA DE DEUS NÃO É O DOMÍNIO, MAS O SERVIÇO
Cidade do Vaticano, 20 nov (RV) - "O critério da grandeza e da primazia de
Deus não é o domínio, mas o serviço" – disse o Santo Padre, neste sábado, na Basílica
de São Pedro, no Vaticano, durante o Consistório Ordinário Público onde foram criados
24 novos cardeais, entre eles o Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis.
O
Papa ressaltou que a partir de hoje os novos cardeais "começam a fazer parte daquele
coetus peculiaris, que presta ao Sucessor de Pedro uma colaboração mais imediata e
assídua, ajudando-o no exercício de seu ministério universal".
"O vínculo de
especial comunhão e afeto, que une estes novos cardeais ao Papa, os torna singulares
e preciosos cooperadores do supremo mandato confiado por Cristo a Pedro, de apascentar
suas ovelhas, a fim de reunir os povos com a solicitude da caridade de Cristo. É exatamente
deste amor que nasce a Igreja, chamada a viver e a caminhar segundo o mandamento do
Senhor, no qual se resumem toda a Lei e os Profetas" – frisou Bento XVI.
O
Santo Padre ressaltou que "a diaconia é a lei fundamental do discípulo e da comunidade
cristã, e nos deixa entrever alguma coisa sobre o Senhorio de Deus. Jesus indica também
o ponto de referência: o Filho do Homem, que veio para servir, sintetiza a sua missão
na categoria de serviço, entendida não no sentido genérico, mas no concreto da Cruz,
do dom total da vida como resgate, como redenção para muitos, e o indica como condição
para a seqüela".
O Papa sublinhou que esta é uma "mensagem que vale para os
apóstolos, vale para toda a Igreja, vale, sobretudo, para aqueles que possuem a tarefa
de guiar o Povo de Deus. Não é a lógica do domínio, do poder segundo os critérios
humanos, mas a lógica do inclinar-se para lavar os pés, a lógica do serviço, a lógica
da Cruz que está na base de todo exercício da autoridade".
Bento XVI frisou
que Igreja, em todas as épocas, deve "conformar-se a esta lógica e testemunhá-la a
fim de fazer transparecer o verdadeiro Senhorio de Deus, que é a do amor".
O
Papa concluiu, afirmando a missão confiada aos novos cardeais "requer um desejo sempre
maior de assumir o estilo do Filho de Deus, que veio a nós como aquele que serve.
Trata-se de segui-lo em sua doação de amor humilde e total à Igreja sua esposa, sobre
a Cruz: é sobre aquele lenho que o grão de trigo, deixado cair pelo Pai no campo do
mundo, morre para se tornar fruto maduro".
Silvonei José entrevistou o Arcebispo
de Brasília, Dom João Braz de Aviz, que nos fala sobre Dom Raymundo Damasceno Assis,
criado cardeal neste sábado. (MJ)