2010-11-19 12:48:09

HAITI: MANIFESTAÇÕES CHEGARAM À CAPITAL


Porto-Príncipe, 19 nov (RV) – E as manifestações continuam no Haiti, tendo chegado agora à capital, Porto Príncipe. Já vamos para o quarto dia de confrontos entre população e soldados das Nações Unidas.

O problema é que o número de mortes por cólera não para de subir – e vai aumentar ainda mais, visto que a epidemia não alcançou ainda seu pico – e alguns estão atribuindo o primeiro contágio da doença a componentes das forças da ONU.

Os agentes da saúde que atuam no país estão advertindo que esses confrontos atrapalham o trabalho deles, mas a solicitação não está sendo atendida. Assim sendo, mais prisões estão previstas para hoje. Os manifestantes estão atirando pedras nos peacekeepers da Onu (soldados encarregados de manter a paz), atacando carros estrangeiros e ateando fogo a pneus, para bloquear as ruas.

As Nações Unidas afirmam que a motivação para os ataques é política, estimulada por grupos que querem sabotar as eleições do próximo dia 28, quando será eleito o novo presidente do país.
Contudo, a motivação manifesta dos ataques é a suspeita de que um contingente de soldados nepaleses da ONU tenha trazido o cólera, espalhando-o das áreas rurais para o sistema do rio Artibonite, onde morreram as primeiras pessoas no mês passado. O cólera é endêmico no Nepal, e, de fato, houve um surto da doença lá antes de os soldados chegarem ao Haiti.

Alguns especialistas internacionais não descartam essa possibilidade, mas a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, Minustah, nega a responsabilidade.

Responsabilidades à parte, certamente mais confrontos e violência não são soluções para os problemas de nenhum país, menos ainda do Haiti, já devastado por um terremoto, uma epidemia de cólera, um furacão e em vésperas de presidenciais. (ED)







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