BISPO DE MOSSUL PEDE AÇÕES CONCRETAS EM FAVOR DOS CRISTÃOS
Roma, 17 nov (RV) - O Arcebispo sírio-católico de Mossul, Dom Georges Casmoussa,
pediu que sejam colocadas em marcha ações concretas para proteger aos cristãos no
Iraque depois do massacre de 31 de outubro, que deixou 58 paroquianos mortos na Catedral
sírio-católica de Bagdá. Conversando com a agência ACI Prensa, o Arcebispo explicou
que os cristãos vivem momentos de grande tensão e se sentem “como reféns do medo em
todos os instantes”. “Bagdá não está longe de Mossul. E o que ocorreu em Bagdá no
domingo, 31 de outubro, e nos dias seguintes, afetou com certeza a psicologia dos
cristãos”, assinalou o Arcebispo.
Dom Casmoussa destacou ainda que a violência
anti-cristã tem sua raiz na debilidade do governo iraquiano, na falta de uma autoridade
firme e nas constantes discórdias dos políticos que não são capazes de enfrentar,
através de uma "ação direta, o ramo extremista do movimento islâmico ligado a Al Qaeda”.
O
Arcebispo pediu à comunidade internacional, através das Nações Unidas, que “denuncie
essa negação dos direitos do homem, das minorias, dos cristãos iraquianos que estão
pagando por outros. O Iraque é nossa terra, nossa história, nossa cultura, nossa Igreja”.
É
necessário, explicou o prelado, que este grave problema da perseguição religiosa seja
tratado em “instâncias internacionais para fazer pressão sobre o governo iraquiano,
e que os Estados que têm contratos com o Iraque, não vejam apenas a satisfação de
seus interesses econômicos, mas também a salvaguarda dos direitos do homem”.
Dom
Casmoussa disse que os cristãos estão cansados de declarações a seu favor e o que
desejam “são ações concretas” e “meios eficazes para proteger sua segurança: leis,
direitos, talvez uma autogestão geográfica autônoma (como um departamento) com garantias
internacionais, orçamento e infra-estrutura, sobretudo, a garantia da segurança, como
ocorreu com o Kurdistão”, acrescentou.
Ao ser perguntado sobre as declarações
do Arcebispo ortodoxo, Athanasios Dawood, que, desde a Grã-Bretanha disse que os cristãos
devem sair do Iraque, Dom Casmoussa precisou que a solução não é essa e “os cristãos
não devem em nenhum caso desanimar nem sair do país”. (SP)