2010-11-15 13:27:44

Papa pede aos Bispos brasileiros que articulem bem a relação entre a Conferência Episcopal e a responsabilidade pessoal de cada Bispo


(15/11/2010) A importância, funções e limites das Conferências Episcopais foi o tema desenvolvido pelo Santo Padre ao receber, nesta segunda-feira, mais um grupo de Bispos Brasileiros, presentes em Roma para a sua visita “ad limina Apostolorum”: do Regional Centro Oeste, que inclui Brasília, a capital federal e dezasseis dioceses correspondentes a três Províncias eclesiásticas: Goiânia, Brasília e Palmas.
O Papa começou por observar que, “a actual sociedade secularizada exige dos cristãos um renovado testemunho de vida para que o anúncio do Evangelho seja acolhido como aquilo que é: a Boa Notícia da acção salvífica de Deus que vem ao encontro do homem”. Neste contexto se situa a razão de ser da CNBB, criada nos primeiros anos 50, uma década antes do Concílio Vaticano II:

“há quase 60 anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um ponto de referência da sociedade brasileira, propondo-se sempre mais e acima de tudo como um lugar onde se vive a caridade. Com efeito, o primeiro testemunho que se espera dos anunciadores da Palavra de Deus é o da caridade recíproca: «Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 32). A vossa, como aliás as demais Conferências Episcopais, nasceu como concreta aplicação do afeto colegial dos Bispos em comunhão hierárquica com o Sucessor de Pedro, para ser um instrumento de comunhão afetiva e efetiva entre todos os membros, e de eficaz colaboração com o Pastor de cada Igreja particular na tríplice função de ensinar, santificar e governar as ovelhas do próprio rebanho.”

Evocando o que o Concílio Vaticano II e o próprio Direito Canónico dizem sobre a coordenação e colaboração dos Bispos no exercício de algumas das funções episcopais, para o bem dos fiéis e de todos os cidadãos, Bento XVI advertiu, porém, que a Conferência Episcopal não pode substituir a relação de cada Bispo com a respectiva Igreja particular:

“a Conferência Episcopal promove a união de esforços e de intenções dos Bispos, tornando-se um instrumento para que possam compartilhar as suas fatigas; deve, porém, evitar de colocar-se como uma realidade paralela ou substitutiva do ministério de cada um dos Bispos, ou seja, não mudando a sua relação com a respectiva Igreja particular e com o Colégio Episcopal, nem constituindo um intermediário entre o Bispo e a Sé de Pedro”.

Recordando também um documento de João Paulo II sobre o correcto lugar e função das Conferências Episcopais (o Motu proprio “Apostolos suos”), acrescentou ainda Bento XVI:

“alguns temas recomendam hoje uma ação conjunta dos Bispos: a promoção e a tutela da fé e da moral, a tradução dos livros litúrgicos, a promoção e formação das vocações de especial consagração, elaboração de subsídios para a catequese, o compromisso ecumênico, as relações com as autoridades civis, a defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural, a santidade da família e do matrimônio entre homem e mulher, o direito dos pais a educar seus filhos, a liberdade religiosa, os outros direitos humanos, a paz e a justiça social.
Ao mesmo tempo, é necessário lembrar que os assessores e as estruturas da Conferência Episcopal existem para o serviço aos Bispos, não para substituí-los. Trata-se, em definitiva, de buscar que a Conferência Episcopal, com seus organismos, funcione sempre mais como órgão propulsor da solicitude pastoral dos Bispos, cuja preocupação primária deve ser a salvação das almas, que é, aliás, a missão fundamental da Igreja.”








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