Roma, 15 nov (RV) - “São pessoas feridas no corpo e na alma que ainda não sabem
como expressar sua dor. No entanto, ainda que pareça impossível, elas me deram coragem.
Deram coragem e conforto para todos nós, sacerdotes e seminaristas que hoje os encontramos”:
foi o que disse Padre Ameer Gama, que neste fim de semana visitou os 26 sobreviventes
do massacre de 31 de outubro na igreja sírio-católica de Bagdá, que chegaram sexta-feira
a Roma e onde estão hospitalizados na Policlínica Gemelli. O testemunho do sacerdote
foi divulgado pelo site Baghdadhope.
“Muitos têm dito a mesma coisa: que,
enquanto estavam na igreja, desejaram morrer porque o que estava acontecendo era horrível
demais para suportar, mas também que seus corações viram, precisamente naquela ocasião,
o bem, e o amor absoluto da fé”.
A transferência dos 26 feridos a Itália ocorreu
depois da solicitação do Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, e segue a
de outros 37 feridos que foram levados para a França. No próximo domingo, numa iniciativa
do Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, em todas
as dioceses italianas se rezará pelos iraquianos perseguidos e seus perseguidores.
O ataque de 31 de outubro, entretanto, não foi o único destes anos contra
os cristãos; no dia 1º de agosto de 2004 várias igrejas em Bagdá e Mossul foram atingidas.
“Essas pessoas precisam ser confortadas, mas acima de tudo devem ter muita calma -
concluiu sacerdote Gama falando dos feridos que chegaram a Roma -, mas são palavras
que se aplicam a todos os iraquianos. É necessário dar a eles tempo para curar não
só o corpo, mas especialmente a alma”. (SP)