2010-11-14 15:28:41

ANGELUS: PAPA RECORDA HAITI E PEDE PAZ PARA O IRAQUE


Cidade do Vaticano, 14 nov (RV) – O Papa Bento XVI encontrou-se ao meio-dia deste domingo com milhares de fiéis e peregrinos provenientes de todas as partes do mundo para o Angelus, reunidos na Praça São Pedro. No seu breve discurso após a recitação da oração mariana, o Santo Padre exortou a comunidade internacional a ajudar a população do Haiti que após o terrível terremoto de 12 de janeiro passado hoje enfrenta uma grave epidemia de cólera.

“Encorajo todos aqueles que estão trabalhando nesta nova emergência - disse o Papa - e, enquanto asseguro minha especial recordação na oração, apelo à Comunidade internacional, para que ajude generosamente aquela população”.

Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde Pública do Haiti, o número de mortos por causa da epidemia de cólera aumentou para 796, enquanto as pessoas hospitalizadas são mais de 12 mil.

Entretanto, um caloroso aplauso acolheu as palavras do Papa, quando, dirigiu seu pensamento ao Iraque e à sua população que sofre, dizendo textualmente: “Saúdo também os iraquianos aqui presentes e invoco o dom da paz para o seu país”. Nos últimos dias se intensificaram no Iraque, já martirizado pelas consequências da guerra e da transição, os ataques contra a minoria cristã, que culminou no assalto a uma Igreja de Bagdá reivindicado por um grupo ligado a Al-Qaeda. No ataque dezenas de pessoas perderam a vida, incluindo mulheres e crianças. No próximo domingo, a Igreja italiana fará um dia Oração pelo Iraque. O Presidente dos bispos italianos, Cardeal Angelo Bagnasco, nesta manhã convidou os fiéis de todo o país a rezarem “pelo Iraque, pelas vítimas e pelos agressores”.

Por sua vez, momentos antes, na alocução que precedeu a oração do Angelus, Bento XVI exortou, diante da crise econômica mundial, a um renovação profunda do modelo de desenvolvimento econômico e ao relançamento da agricultura.

"A atual crise econômica em andamento, sobre a qual se tratou também nestes dias na reunião do chamado G20, deve ser vista com muita seriedade; a crise tem múltiplas causas e envia um forte apelo para uma ampla revisão do modelo de desenvolvimento econômico global ( Enc. Caritas in veritate, 21). É um sintoma agudo que se adicionou a outros bem mais graves e conhecidos, como o persistente desequilíbrio entre riqueza e pobreza, o escândalo da fome, emergências ambientais, e, agora em geral, o problema do desemprego".

Neste contexto, - continuou o Papa - é determinante uma estratégica revitalização da agricultura.

“De fato, o processo de industrialização, algumas vezes obscureceu o setor agrícola, que, mesmo tirando benefícios dos conhecimentos e das técnicas modernas, perdeu a importância, com consequências significativas também no nível cultural”.

O Papa criticou ainda “a tentação” dos países mais ricos a “recorrerem a alianças vantajosas” que “podem resultar danosas para outros Estados mais pobres prolongando situações de pobreza extrema de massas de homens e mulheres e acabando com os recursos naturais da Terra”.

“Além disso, apesar da crise, se sabe que em países de antiga industrialização se incentivem estilos de vida marcados por um consumo insustentável, que também são prejudiciais ao meio ambiente e aos pobres. É necessário buscar, então, de uma forma muito concreta um novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável, e a ninguém falte o pão e o trabalho, o ar e a água, e outros recursos primários sejam preservados como bens universais”.

Diante do “perdurar do desequilíbrio entre riqueza e pobreza e o escândalo da fome, a emergência ecológica e o problema do desemprego”, Bento XVI considerou que é “decisivo o relançamento estratégico da agricultura”.

“Parece-me o momento para uma chamada para reavaliar a agricultura não no sentido nostálgico, mas como um recurso indispensável para o futuro”.

O Papa explicou que muitos jovens, entre eles muitos com estudos universitários, “escolheram dedicar-se à atividade agrícola, respondendo assim às necessidades pessoais e familiares, e ao sinal dos tempos, demonstrando uma sensibilidade concreta para com o bem comum”.

Em seguida o Papa concedeu a todos a sua Benção Apostólica.

Antes de se despedir o Papa recordou que no próximo sábado, dia 27 de novembro, na Basílica de São Pedro, presidirá as Primeiras Vésperas do Primeiro Domingo do Advento e uma vigília de oração pela vida nascente. A iniciativa será realizada em comum com as Igrejas particulares de todo o mundo.

O Tempo de preparação para o Santo Natal – acrescentou o Santo Padre – é um momento propício para invocar a proteção divina para cada ser humano chamado à existência, também como agradecimento a Deus pelo dom da vida recebida dos pais.

Falando em polonês o Pontífice disse que “devemos rezar por todos os irmãos e irmãs que sofrem por causa do Evangelho”, recordando que numa iniciativa da Associação “Ajuda à Igreja que Sofre”, neste domingo a Igreja na Polônia promove um dia de solidariedade para com todos aqueles que no mundo não têm liberdade religiosa. “Vocês que no passado sofreram por causa da sua fidelidade a Cristo e à Igreja – continuou Bento XVI – possuem uma especial sensibilidade para com aqueles que também hoje passam por tais provações”. “Elevemos a Deus – concluiu – a nossa oração pela liberdade de anunciar no mundo a mensagem evangélica”. (SP)







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