São José do Rio Preto, 11 nov (RV) - Nas circunstâncias atuais, dizemos que
o mundo não tem jeito, mas isto não corresponde à verdade, não é uma atitude cristã.
A história tem uma linha horizontal, mas segura nas mãos do Criador e caminha para
a construção do Reino de Deus.
O projeto da história da humanidade, apesar
dos medos naturais que dele temos, tem como finalidade a vida e a salvação, isto é,
vida com dignidade, fundamentada na justiça divina. Temos medo porque parece que o
justo sofre enquanto o malvado prospera.
É fundamental confiar em Deus e acreditar
num futuro melhor. O justo será premiado e vencerá o malvado, porque a promessa de
Deus não falha. Ele não abandona o seu povo. Estará sempre do lado de quem prática
a justiça e trabalha pela sua realização e pelo seu sucesso.
Chegando ao fanal
de mais um ano litúrgico, contemplamos as realidades do fim dos tempos. Realidades
que fazem parte do nosso cotidiano, que não são apenas do futuro, mas que começam
hoje. Por isto não podemos ficar assustados com os sinais dos tempos que acontecem
já agora.
Nos sinais da natureza pode estar a nossa ruína. A droga, os vícios,
a violência, as gangues, não passam de caminho destruidor. Eles destroem o projeto
de Deus, que é totalmente voltado para o sentido e o valor da vida.
Não temos
noção da chegada do fim do mundo. Convivemos com os vestígios dessa realidade. Os
justos trafegam numa situação de sofrimento, numa cultura marcadamente injusta, provocadora
de violência e de morte. Não é fácil ser correto nas circunstâncias de hoje.
É
importante ter confiança e agir com ânimo, mesmo diante das forças contrárias. O cristão
perseguido está nas mãos de Deus e terá a defesa eterna. O testemunho de fidelidade
a Deus é uma grandeza, que leva a vencer o sofrimento. Vamos começar um novo ano
da Igreja. Devemos ter a marca da espiritualidade cristã, mantendo em nós a esperança
de vida cada vez melhor, fundada nos princípios da Palavra de Deus.
Dom Paulo
Mendes Peixoto Bispo de São José do Rio Preto