2010-11-10 16:25:41

MÉXICO: PORTA-VOZ DIZ QUE IGREJA SUPERVISIONA "MAIORIA" DAS DOAÇÕES


Cidade do México, 10 nov (RV) - A Conferência Episcopal do México (CEM) assegurou, nesta quarta-feira, que "a maioria" das doações que a Igreja Católica recebe é supervisionada, para evitar "contribuições" do narcotráfico ou do crime organizado no país.

Segundo o porta-voz do Episcopado, Dom Víctor René Rodríguez Gómez, bispo auxiliar de Texcoco, os casos das chamadas "narcoesmolas" são "isolados". A declaração foi dada numa coletiva de imprensa, juntamente com outros prelados mexicanos, à margem da 90ª Assembleia Plenária da CEM.

Dom Rodríguez Gómez disse que a Igreja Católica não aceita e não aceitará dinheiro cuja procedência seja suspeita, e garantiu que a instituição colabora com as autoridades quando isso ocorre.

Há algumas semanas, a imprensa mexicana publicou que, numa capela recém-construída, próxima à cidade de Pachuca, no estado de Hidalgo, havia uma placa onde se lia que o edifício havia sido financiado por Heriberto Lazcano, conhecido como El Lazca, chefe do grupo criminoso Los Zetas (um dos grupos criminosos mais violentos do México).

Em seguida, a revista Desde la Fe, da Arquidiocese de Cidade do México, admitiu, num editorial, que alguns ambientes religiosos chegaram a receber financiamento do narcotráfico, dizendo que "algumas comunidades católicas" se envergonhavam disso.

O porta-voz da CEM explicou que a Igreja Católica se preocupa com o fato que "o narcotráfico tenha-se tornado um problema de saúde social" no México. Ele sustentou que a sociedade mexicana "debilitou-se no campo político, na convivência cotidiana e na dimensão ética, gerando uma progressiva crise cultural e social, cujas manifestações são a violência, a corrupção e a dificuldade na busca da Justiça".

Os carteis do narcotráfico no México tornaram-se um dos principais focos da política de segurança do Estado, desde 2006, quando o Presidente Felipe Calderón convocou 100 mil policiais e militares para a luta armada contra esses grupos criminosos.

Desde então, dados oficiais atestam que os embates entre os cartéis entre si e entre estes e as forças de segurança já deixaram mais de 28 mil mortos. Não obstante, o crime organizado continua a se inserir em diversos setores da vida pública. (AF)







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