Campanha, 09 nov (RV) - Celebramos nesta quinta-feira a Dedicação da Sacrossanta
Basílica de Latrão. O que é a Basílica de Latrão? É a Sé Catedral da cidade de Roma,
que foi construída entre os anos de 314 e 335 e fundada pelo Papa Melquíades na propriedade
oferecida e doada para esse fim pelo imperador Constantino, ao lado do Palácio Lateranense.
Mas, porque se chama Basílica de Latrão? Porque esta Basílica foi construída no terreno
“dei Laterani”, ou seja, da família proprietária da chácara, herdada pela mulher de
Constantino, o Imperador Romano, que a doou ao Papa. Esta Basílica tem um significado
muito especial para a cristandade: lá foram celebrados os cinco Concílios Ecumênicos.
Diz a tradição da Santa Igreja que o aniversário de sua dedicação, celebrado
originalmente só em Roma, comemora-se em todas as comunidades do rito romano com a
finalidade maior de enaltecer o ministério petrino do Sumo Pontífice que de sua Basílica
Patriarcal preside na caridade a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo que congrega,
por seu gesto primacial, todas as Igrejas de todo o orbe. A Basílica de Latrão, portanto,
é a Mãe de todas as Igrejas de todo o mundo católico. Até a construção do Vaticano
o Santo Padre morava no Palácio Lateranense que é anexo a Basílica de mesmo nome.
Portanto a Basílica do Latrão é a Catedral do Papa em Roma, é a Igreja que é a Mãe
e cabeça de todas as Igrejas.
A Basílica de Latrão tem como padroeiro principal
o Santíssimo Salvador. Tem como dois co-patronos, São João Batista, celebrado a 24
de junho e São João Evangelista, celebrado a 27 de dezembro. Dois homens que caminharam
nas estradas da salvação. João Batista, o precursor, aquele que preparou os caminhos
para Jesus anunciando que Outro viria batizar com o Espírito Santo, porque ele batizava
com água. São João Evangelista, o apóstolo bem amado, o último apóstolo a morrer e
com a sua morte se considera fechada às portas das revelações e dos ensinamentos bíblicos
do Novo Testamento. Por isso mesmo o povo de Roma conhece a Basílica celebrada hoje
como a Basílica de “São João de Latrão”.
DEO OPTIMO MÁXIMO, ou seja, A DEUS
OTIMO E MÁXIMO celebramos a festa de hoje. Dedicada a Deus ótimo e máximo a Basílica
de Latrão quer interpelar em cada um de nós um compromisso evangelizador renovado
de profundo amor e seguimento a Nosso Senhor e Divino Salvador Jesus Cristo e a Sua
Igreja. Não há Igreja no mundo que não seja dedicada a DEUS O SALVADOR. Todas as Igrejas,
evidentemente são dedicadas a um Santo ou a uma Santa que viveram a radicalidade do
Evangelho e servem-se como luzeiros na nossa caminhada de fé e de esperança cristã.
Mas, estes santos viveram a sua vida, dedicaram a sua vida a DEUS ÓTIMO E MÁXIMO.
Todos
nós participamos a cada domingo da celebração da liturgia eucarística que, via de
regra, é celebrada dentro de uma Catedral, de uma Basílica, de uma Matriz, de uma
Capela Filial, de um Oratório, de um Orago, de um centro comunitário, de uma praça
ou no próprio logradouro público. A Igreja, esta Igreja como templo em que estamos
dentro é o edifício pelo qual todos nós nos reunimos para adorar a DEUS ÓTIMO E MÁXIMO,
ao Divino Salvador. Mas, graças a Deus, a Igreja transcende o templo de pedra.
A Igreja é a comunidade viva de fiéis, é a reunião de todos os batizados que vem adorar
ao Deus Salvador. Assim nos ensinou o Concílio Vaticano II: “A Igreja não se acha
deveras consolidada, não vive plenamente, não é um perfeito sinal de Cristo entre
os homens, se aí não existe um laicato de verdadeira expressão que trabalhe com a
hierarquia. Porque o Evangelho não pode ser fixado na índole, na vida e no trabalho
dum povo, sem a ativa presença dos leigos”(Cf. Decreto “Ad Gentes” n. 21). Continua
o Concílio Ecumênico Vaticano II: “O principal dever dos homens e das mulheres é dar
testemunho de Cristo pelo exemplo e pela palavra, na família, no seu ambiente social
e no âmbito da profissão”(idem).
Vivemos todos dentro da grande comunidade
de fiéis chamada Igreja ou “Ecclesía”, o que significa, assembléia ou comunidade de
fiéis, comunidade do povo de Deus peregrino. São Paulo nos ensinou que a comunidade
cristã é o templo de Deus, onde quer que esteja ou se que se reúna para o louvor do
Deus Altíssimo e Onipotente. Todos os fiéis que fazem parte do corpo místico de Cristo
constituem a comunidade orante, a comunidade militante e a comunidade padecente que
formam a grande Igreja, Jerusalém celeste conforme celebramos há dois dias a Solenidade
de Todos os Santos e Santas de Deus. O próprio fiel, pelo Batismo, é templo e morada
do Espírito Santo. Todos nós somos membros da pedra viva, o “Corpo de Cristo”.
Assim,
rezemos, pois, elevando nossos pensamentos ao Senhor da Vida para que a Igreja que
peregrina no mundo, a partir do primado da Caridade de Bento XVI, que da Catedral
Lateranense a todos abençõe a congrega na unidade, para que possamos todos cantar
as alegrias eternas neste vale de lágrimas, aonde a justiça, a paz, a concórdia, a
misericórdia e a acolhida fraternal sejam a nota de júbilo e louvor ao DEUS ÓTIMO
E MÁXIMO que se consagra a Basílica de Latrão e que, diuturnamente, se consagra à
vida de cada um dos cristãos. Amém! Padre Wagner Augusto Portugal.