2010-11-09 19:00:38

BENTO XVI: RECONHECER O PRIMADO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO


Cidade do Vaticano, 09 nov (RV) - Valorizar a liturgia – numa época que vê a dimensão da interioridade ofuscada – e relançar a "responsabilidade educacional", reconhecendo à família o "primado" da formação das jovens gerações. Esses são os pontos centrais da 62ª Assembléia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), evidenciados por Bento XVI na mensagem enviada aos bispos italianos, reunidos desde a tarde desta segunda-feira em Assis.

O Papa identifica os sintomas de mal-estar para além dos sinais do progresso. A ciência e técnica levaram a conquistar "metas indubitavelmente significativas e apreciáveis" – reconhece. Mas isso não preencheu o coração do ser humano, mesmo porque – observa – tal progresso "deu-se, muitas vezes, em detrimento dos fundamentos cristianismo, nos quais se radica a história fecunda do Continente europeu".

A cultura atual vive "o eclipse do sentido de Deus e o ofuscar-se da dimensão da interioridade", bem como "a incerta formação da identidade pessoal num contexto plural e fragmentado", e as "dificuldades de diálogo entre as gerações, a separação entre inteligência e afetividade" – reflete o Santo Padre.

A cultura atual vive – repete – o confinamento da esfera moral "no âmbito subjetivo", com Deus que – estigmatiza – "quando não é negado, de certo modo, é excluído da consciência pública".

São todos eles elementos – prossegue o Papa em sua mensagem – que "são o sinal de uma crise de confiança na vida e influenciam de modo relevante sobre o processo educacional, no qual as referências confiáveis se tornam instáveis".

Para inverter a rota é insuficiente "um chamado genérico aos valores, uma proposta educacional que se limite a intervenções puramente funcionais e fragmentárias" – objeta o Santo Padre.

Por essa razão – aprecia Bento XVI – é mais do que nunca oportuna a escolha dos senhores bispos "de unir em torno da responsabilidade educacional todos aqueles que prezam pela cidade dos homens e o bem das novas gerações".

"Tal indispensável aliança não pode deixar de partir de uma nova proximidade à família, que reconheça e defenda o seu primado educacional: é dentro da família que se plasma o rosto de um povo" – pondera.

Ademais, como "fonte perene de educação para a vida boa do Evangelho os exorto a valorizarem a liturgia", acrescenta o Papa, observando que ela "introduz ao encontro com Jesus Cristo, que com palavras e obras constantemente edifica a Igreja, formando-a para a profundidade da escuta, da fraternidade e da missão".

"O autêntico fiel, em todos os tempos – afirma pouco antes o Pontífice – experimenta na liturgia a presença, o primado e a obra de Deus." A Igreja inteira está presente em toda liturgia: aderir à sua forma é condição de autenticidade daquilo que se celebra – disse o Papa, considerando que na agenda dos trabalhos dos bispos figura o estudo da tradução italiana da terceira edição típica do Missal Romano. (RL)







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