OBAMA PRESSIONA ÍNDIA E PAQUISTÃO PARA QUE RETOMEM CONVERSAÇÕES DE PAZ
Mumbai, 08 nov (RV) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou
a Índia e o Paquistão, neste domingo, a trabalharem juntos para resolver suas disputas,
destacando que Nova Délhi tem muito a ganhar se seu vizinho e rival tiver êxito na
luta contra o terrorismo.
Obama também desafiou o Paquistão a fazer mais no
combate ao terror. "O Paquistão está progredindo contra a chaga do extremismo, mas
os progressos não são tão rápidos como gostaríamos" - disse o líder da Casa Branca,
no segundo dia de permanência em Mumbai, antes de viajar para Nova Délhi.
Mumbai
foi alvo de atentados em 2008, desfechados por um grupo extremista com base no Paquistão.
Os ataques deixaram 166 mortos. O único sobrevivente de um comando de dez homens fortemente
armados declarou que tinham sido recrutados, treinados e equipados pelo grupo radical
islâmico Lashkar-i-Taiba que recebeu apoio de certos membros do serviço de
inteligência e do exército paquistaneses.
O Paquistão é um importante aliado
dos EUA na luta contra o terror e a guerra no Afeganistão, enquanto Obama considera
a Índia um vital parceiro econômico. O presidente destacou que a Índia é a mais interessada
na estabilização do Paquistão, apesar de reconhecer a história "incrivelmente complexa"
entre os dois países, que já travaram três guerras desde sua independência da Grã-Bretanha,
em 1947.
"Minha esperança é que, com o tempo, a confiança se estabeleça entre
os dois países e eles retomem o diálogo" - disse Obama aos estudantes da Universidade
Saint Xavier, em Mumbai.
Nova Délhi e Islamabad iniciaram um processo de paz
em 2004, mas a Índia congelou o diálogo após os ataques em Mumbai.
Em Islamabad,
o porta-voz da Chancelaria, Abdul Basit, disse aos jornalistas que os EUA deveriam
desempenhar um papel efetivo para solucionar a velha disputa pela região da Caxemira.
Essa região do Himalaia é o centro do conflito entre a Índia e o Paquistão, que já
travaram duas guerras pela Caxemira, dividida entre os dois países após a independência.
Na parte indiana vive uma maioria muçulmana que não aceita o controle da Índia – de
maioria hinduísta – sobre a região. A Índia, por sua vez, acusa o Paquistão – dois
países com poderio nuclear – de fomentar a militância islâmica na Caxemira. (AF)