Cidade do Vaticano, 06 nov (RV) - Nós brasileiros ficamos entusiasmados, até
eufóricos, quando falamos das riquezas de nossa terra, da grandeza de nosso povo.
Ultimamente o ufanismo se dirige para o lado econômico, no momento em que nosso país
ingressa no grupo seleto de grandes potências. Mas ao mesmo tempo, com o olhar
para os nossos pés e a terra onde eles pisam podemos nos perguntar sobre a qualidade
de vida de nosso povo e, mais ainda, sobre a expressividade do brasileiro que é tão
humano. Imediatamente reconhecemos um povo sofrido, mas alegre, cheio de esperança,
um povo que não se abate e que canta: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”! Esse
povo marcadamente religioso também começa a se fazer presente no grande catálogo dos
santos e beatos da Igreja Católica. Hoje, o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus
Grings beatifica a religiosa Maria Bárbara da Santíssima Trindade – Bárbara Maix -
uma austríaca que foi para o Brasil com 30 anos de idade, onde viveu 25 anos. Fundou
em nossa Pátria a Congregação das Filhas do Imaculado Coração de Maria, que hoje está
presente não só no Brasil, mas também na Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Venezuela,
Moçambique, Bolívia, Itália e Haiti. Apesar de ter nascido na Áustria, é reconhecida
como brasileira, porque todo emigrante que chega ao Brasil, adota esse país como seu.
Recordamos Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, também fundadora de uma congregação
religiosa, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição, apesar de nascida na Itália, é considerada
a 1ª santa brasileira. O mesmo se diga do Beato José de Anchieta, nascido em terras
espanholas, mas considerado o Apóstolo do Brasil, por ter vivido em nosso país mais
de 40 anos e ser o ícone de nossa evangelização. Nessa linha encontramos também Pe.
Mariano, o agostiniano espanhol que foi para o Brasil, logo após sua ordenação sacerdotal
e lá realizou toda sua vida ministerial; o que dizer de Pe. Eustáquio, nascido nos
Países Baixos, que foi para o interior de Minas Gerais, depois para São Paulo e, finalmente
Belo Horizonte, tornando-se um renomado vigário das paróquias por onde passou. Temos
ainda o Pe. Manuel Gomez Gonzáles, espanhol que foi para o Brasil com 36 anos de idade
e com 47 morreu mártir, juntamente com o coroinha Adílio Daronch, brasileiro nato.
Adílio tinha 16 anos. Como brasileiras natas foram declaradas beatas Albertina
Bekenbrok, mártir da virgindade aos 12 anos; também pela mesma causa a Irmã Lindalva
Justo de Oliveira, com 40 anos de idade. Aguardamos para os próximos meses a beatificação
do “Anjo bom do Brasil”, Maria Rita Lopes Pontes, para nós simplesmente, Irmã Dulce. Mas
nossa terra possui também muitos mártires. Os primeiros nos início de nossa evangelização,
quando o jesuíta Inácio de Azevedo e seus 39 companheiros foram martirizados próximos
às Ilhas Canárias, pelos huguenotes, quando se dirigiam para o Brasil. Outros mártires,
liderados por Pe. André do Soveral, filho de um português e de uma índia. Ele, mais
Pe. Ambrósio, o casal Manuel Rodrigues de Moura, e vinte seis leigos foram martirizados
no Rio Grande do Norte, no século XVI pelos holandeses, por causa da fé católica. Deixamos
por último o primeiro santo brasileiro, o paulista Frei Antônio de Sant’Ana Galvão,
canonizado por Bento XVI em 2007. Que esta plêiade de heróis da fé incentive nosso
povo, seja qual for a idade, estado civil ou classe social a viver plenamente a fidelidade
a Deus, à Sua Igreja, no exercício de suas cidadanias, a terrestre e a celeste! (CA)