2010-11-05 19:50:18

PAPA A BISPOS DO PARANÁ: VIDA RELIGIOSA JAMAIS PODERÁ MORRER, PORQUE FOI QUERIDA POR CRISTO


Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) - Bento XVI recebeu em audiência na manhã desta sexta-feira, na Sala do Consistório, no Vaticano, os 25 bispos do Regional Sul 2 da CNBB (Regional formado pelo Estado do Paraná) em visita "ad Limina", dirigindo-lhes um discurso.

Após agradecer ao Arcebispo de Curitiba e Presidente do Regional Sul 2, Dom Moacyr José Vitti, pelas palavras que – em nome de todos os presentes – lhe foram dirigidas fazendo-se intérprete dos sentimentos de comunhão que os unem ao Sucessor de Pedro, Bento XVI deu-lhes as boas-vindas afirmando ser ali também a casa deles, lugar onde – disse o Pontífice – "podeis experimentar a universalidade da Igreja de Cristo que se estende até aos extremos confins da terra".

Em seguida, o Papa teceu algumas considerações pastorais, evocando alguns princípios conceituais de eclesiologia:

"Cada uma das vossas Igrejas particulares, queridos Bispos, é o generoso ponto de chegada de uma missão universal, o aflorar «aqui e agora» da Igreja universal. Neste caso, a justa relação entre «universal» e «particular» verifica-se não quando o universal retrocede diante do particular, mas quando o particular se abre ao universal e se deixa atrair e valorizar por ele. Na idéia divina, a Igreja é uma só: o Corpo de Cristo, a Esposa do Cordeiro, a Jerusalém do Alto, esta Cidade definitiva que seria o objetivo mais profundo da criação querida como o lugar onde se realiza a vontade de Deus e a terra se torna céu."

Após tais afirmações, o Santo Padre ressaltou recordar aos bispos ali presentes esses princípios, não porque eles os ignorassem, "mas porque nos ajudam a bem situar as pessoas consagradas na Igreja. Com efeito – prosseguiu – nesta, a unidade e a pluralidade não só não se opõem, mas enriquecem-se reciprocamente na medida em que procuram a edificação do único Corpo de Cristo, a Igreja, por meio do «amor que une a todos na perfeição» (Cl 3, 14)".

Citando o documento "Vida fraterna em comunidade", n. 60, o Santo Padre afirmou:

"Como a comunidade religiosa não pode agir independentemente ou como alternativa ou, menos ainda, contra as diretrizes e a pastoral da Igreja particular, assim a Igreja particular não pode dispor a seu bel-prazer, segundo as suas necessidades, da comunidade religiosa ou de alguns dos seus membros."

Em seguida, o Papa tratou de um tema de particular importância para a vida da Igreja, ao falar sobre a diminuição dos membros em muitos Institutos e do envelhecimento deles, evidente em algumas partes do mundo, ressaltou o Santo Padre observando que diante disso muitos se interrogam se a vida consagrada é ainda hoje uma proposta capaz de atrair os jovens e as jovens.

Dito isso, o Pontífice argumentou:

"Bem sabemos, queridos Bispos, que as várias Famílias religiosas desde a vida monástica até às congregações religiosas e sociedades de vida apostólica, desde os institutos seculares até às novas formas de consagração tiveram a sua origem na história, mas a vida consagrada como tal teve origem com o próprio Senhor que escolheu para Si esta forma de vida virgem, pobre e obediente."

Em seguida, afirmou Bento XVI:

"A vida consagrada nunca poderá faltar nem morrer na Igreja: foi querida pelo próprio Jesus como parcela irremovível da sua Igreja. Daqui o apelo ao compromisso geral na pastoral vocacional: se a vida consagrada é um bem de toda a Igreja, algo que interessa a todos, também a pastoral que visa promover as vocações à vida consagrada deve ser um empenho sentido por todos: Bispos, sacerdotes, consagrados e leigos."

Entretanto, como afirma o decreto conciliar Perfectae caritatis – observou – "a conveniente renovação dos Institutos depende, sobretudo, da formação dos membros" (n. 18). O Papa ponderou tratar-se de uma afirmação fundamental para toda a forma de vida consagrada.

"A capacidade formativa de um Instituto, quer na sua fase inicial quer nas fases sucessivas, está no centro de todo o processo de renovação. "De fato, se a vida consagrada é, em si mesma, uma progressiva assimilação dos sentimentos de Cristo, resulta evidente que um tal caminho terá de durar a vida inteira para permear toda a pessoa"."

Após expressar viva gratidão às comunidades de consagrados e consagradas pressentes na Igreja que se encontra no Paraná, o Pontífice concluiu:

"Agora, invocando o celeste patrocínio de Maria, modelo perfeito de consagração a Cristo, confirmo-vos mais uma vez a minha estima fraterna e concedo-vos, extensiva a todos os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais, uma propiciadora Bênção Apostólica." (RL)







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