Beirute, 05 nov (RV) - Os libaneses, mas “em especial os políticos, renunciem
à linguagem de desafio e rejeição de uns para com os outros”, procurando ao invés
agir “de forma inteligente, para construir pontes entre os cidadãos e encontrar soluções
políticas, econômicas e sociais que reduzam a tensão”. Transparece dessas afirmações
– refere a agência de notícias AsiaNews - a ansiedade dos bispos maronitas por uma
situação que parece cada vez mais tensa; de um lado, o convite de Hezbollá a boicotar
o Tribunal Especial para o Líbano e a acusação de traição que o mesmo Partido lança
a quem cooperar com o Tribunal Internacional, e do outro, as forças de “14 de março”
e o Primeiro-ministro Hariri, que reafirmam o seu apoio à investigação. É uma situação
que ambientes políticos internacionais definem potencialmente explosiva, e sobre a
qual ninguém sabe qual efeito terá os colóquios de terça-feira entre os embaixadores
da Arábia Saudita, Síria e Irã, que são os patrocinadores das opostas facções políticas.
É neste contexto que se insere o apelo dos bispos maronitas, lançado no final
de sua reunião mensal de quarta-feira, realizada sob a presidência do Patriarca Nasrallah
Sfeir, na sede de Bkerke. Os bispos maronitas também condenam o massacre na catedral
sírio-católica de Bagdá. Os bispos falam de “ato insensato, criminoso e de intimidação”
contra os cristãos do país e exortam as autoridades iraquianas a “manter a segurança
e assegurar uma proteção eficaz às pessoas mais vulneráveis de todas as confissões”.
Na
declaração, os bispos também se referem amplamente às conclusões do Sínodo dos Bispos
para o Oriente Médio, as recomendações finais que querem que sejam aplicadas nas paróquias
e instituições religiosas “em três níveis: aprofundar a nossa identidade cristã e
nossa mensagem no Oriente; fortalecer os vínculos de comunhão eclesial e praticar
o testemunho cristão no campo espiritual e social dentro da nossa sociedade”. (SP)