Bagdá, 04 nov (RV) - No Iraque ainda é forte a dor e a tristeza após o ataque
realizado domingo à noite em Bagdá contra a catedral sírio-católica, que causou a
morte de 58 pessoas, entre as quais três sacerdotes: Nos últimos dias multiplicaram-se
as mensagens de solidariedade provenientes de todas as partes do mundo. Uma delas
foi expressa pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, enquanto uma mensagem de pêsames
foi enviada ao Papa pelo Catolicós da Sílicia dos Armênios, Aram I.
Enquanto
isso, um grupo iraquiano ligado a Al-Qaeda, voltou no dia de ontem a atacar os cristãos
no país do Golfo, definindo-os “alvos legítimos” de violência. O grupo denominado
Estado Islâmico do Iraque havia dado ultimato para a libertação de duas mulheres da
Igreja Copta do Egito convertidas ao islamismo e mantidas, segundo eles, nos mosteiros
do país. Circunstância desmentida pela mesma Igreja Copta e pelas mais altas autoridades
religiosas muçulmanas do Egito. A Rádio Vaticano ouviu o Arcebispo sírio-católico
de Bagdá, Dom Athanase Matti Shaba Matoka, que ressalta a tristeza do que ocorreu
no último domingo e dá voz às preocupações que animam a comunidade cristã iraquiana:
“Certamente,
foi um dia triste – disse o Arcebispo: domingo à noite dentro da Igreja perpetrou-se
um massacre. Os cristãos se perguntam agora como podem ainda permanecer em um país
onde eles são tratados dessa maneira. Certamente não é o governo, é Al-Qeda ou não
sei quem mais está por trás desses ataques”.
Entretanto, continuou ainda o
Dom Athanase – a Igreja encoraja, nós encorajamos os nossos fiéis a permanecerem,
apesar de tudo isso. Quando há eventos como o de domingo passado na nossa catedral,
o que se pode dizer? É difícil dizer: fiquem aqui. E 'doloroso! Do ponto de vista
humano, existem normas de respeito dos direitos humanos fundamentais, que neste país
deveriam ser respeitadas. (SP)