Representante da Santa Sé na ONU pede o fim da descriminação contra os cristãos no
mundo
(3/11/2010) Segunda feira, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova
Iorque a Santa Sé pediu o fim da discriminação contra os cristãos no mundo. Na esteira
do brutal atentado ocorrido na catedral siríaca católica de Bagdade O observador
permanente da Santa Sé na ONU, Dom Francis Chullikatt, proferiu um discurso no Terceiro
Comité da Assembleia Geral abordando os temas da discriminação racial e da intolerância
religiosa.
Dom Francis conhecia pessoalmente algumas das vítimas, pois foi
núncio apostólico no Iraque e Jordânia desde 2006 até recentemente.
Na sua
intervenção em nome Santa Sé, "lamentou que muitas pessoas no mundo tenham perdido,
até mesmo, a liberdade para rezar em comunidade". "Trata-se de homens, mulheres e
crianças cuja busca de Deus é considerada uma actividade proibida e muitos deles enfrentam
serias consequências físicas e legais para poderem satisfazer essa necessidade humana
fundamental", lamentou.
Recordando que nenhum país ou cultura está livre da
xenofobia e da perseguição religiosa – apesar dos esforços para as combater – a delegação
da Santa Sé apontou uma falha no Relatório Especial da ONU sobre o assunto.
A
falha ressaltada foi a de o Relatório não ter assinalado o facto de que, em várias
partes do mundo, cristãos são levados à força das suas casas, torturados, aprisionados,
assassinados ou forçados a converterem-se ou a negarem a sua fé.
O arcebispo
Francis Chullikatt pediu à comunidade internacional que não ignore essa situação,
que exige atenção urgente de lideres internacionais e nacionais para tutelar o direito
á liberdade religiosa daqueles indivíduos e comunidades. E afirmou que "a esperança
de progresso para a humanidade não se concretizará enquanto existirem esses abusos".
O
representante da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova Iorque falou ainda do perigo
de fazer a correlação exagerada entre raça e religião, chamando a atenção para os
migrantes que sofrem injusta discriminação.