SANTA SÉ NA ONU: BASTA COM A DISCRIMINAÇÃO CONTRA OS CRISTÃOS
Nova York, 2 nov (RV) - Na Assembléia Geral das Nações Unidas, nesta segunda-feira,
a Santa Sé pediu o fim da discriminação contra os cristãos no mundo. Na esteira do
brutal atentado à igreja cristã de Bagdá, Nossa Senhora do Socorro, o observador permanente
da Santa Sé junto à ONU, Dom Francis Chullikatt, endereçou seu discurso ao Terceiro
Comitê da Assembléia Geral trazendo os temas da discriminação racial e da intolerância
religiosa.
Dom Francis conhecia pessoalmente algumas das vítimas, pois foi
núncio apostólico para o Iraque e Jordânia desde 2006 até recentemente.
Durante
sua intervenção em nome Santa Sé, que já estava prevista para esta segunda-feira,
o representante vaticano "lamentou que muitas pessoas ao redor do mundo tenham perdido,
até mesmo, a liberdade para rezar em comunidade". "Trata-se de homens, mulheres e
crianças cuja busca por Deus – recordou ele – tornou-se uma atividade proibida." "Essas
pessoas têm de enfrentar conseqüências físicas e legais para poder desenvolver essa
necessidade humana fundamental", lamentou.
Reforçando o fato de que nenhum
país ou cultura está livre de xenofobia e de perseguição religiosa – apesar dos esforços
para combatê-los – a delegação da Santa Sé apontou uma falha no Relatório Especial
da ONU sobre o assunto.
A falha ressaltada foi a de o Relatório não ter assinalado
o fato de que, em várias partes do mundo, cristãos são levados à força de suas casas,
torturados, aprisionados, assassinados ou forçados a converterem-se ou a negarem sua
fé.
Dom Chullikatt pediu à comunidade internacional que não ignore essa situação,
afirmando que "a esperança de progresso para a humanidade não se concretizará enquanto
existirem esses abusos". Ele falou ainda sobre o perigo de fazer a correlação exagerada
entre raça e religião, chamando atenção para migrantes que sofrem injusta discriminação.
(ED)