PAPA: SOMENTE EM JESUS ENCONTRAMOS VERDADEIRO AMOR E VERDADEIRA LIBERDADE
Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - Uma festa da fé: um momento de alegria e
entusiasmo vivido na manhã deste sábado, na Praça São Pedro – no Vaticano – tomada
por cerca de cem mil jovens da Ação Católica presentes em Roma, provenientes de toda
a Itália para encontrar o Sucessor de Pedro.
Um evento que teve seu ápice no
diálogo entre o Papa e os jovens sobre temas candentes como o amor, a educação e o
testemunho evangélico na vida cotidiana.
Tenham coragem, "a audácia de não
deixar nenhum ambiente sem Jesus": foi o desafio que o Papa lançou aos cerca de cem
mil jovens da Ação Católica, num clima de grande afeto e alegria.
A palavra
do Pontífice – disse o Presidente da referida associação, Franco Milano – "nos ajuda
a ter confiança e a acreditar, mesmo nos momentos mais difíceis, que a esperança continua
sendo o horizonte mais digno do homem".
Por sua vez, o assistente espiritual
da Ação Católica, Dom Domenico Sigalini, observou que "não é verdade que as Igrejas
foram abandonadas pelos jovens" e afirmou que os jovens de hoje "não querem mediocridade
ou acomodações, mas sonhos e voos altos".
Também o Arcebispo de Gênova e Presidente
da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, evidenciou as grandes
esperanças que a Igreja tem nos jovens, aos quais – disse – os adultos são chamados
a dar o bom exemplo.
Em seguida, ressaltou o papel do Papa para os jovens e
adolescentes:
"O Santo Padre fala-nos de Jesus, indica-nos a sua verdadeira
face, assegura-nos de nos encontrarmos no justo caminho: unidos ao redor do Papa sentimos
o calor e a alegria da Igreja, a família dos filhos de Deus. Caros adolescentes e
jovens da Ação Católica, sejam amigos de Jesus, amem a Igreja, expressem ao Santo
Padre o afeto e a alegria de vocês."
Em seguida, foi a vez do esperado diálogo
entre o Santo Padre e os jovens. O Papa respondeu a três perguntas de jovens e educadores
da Ação Católica, partindo do tema do encontro "Existe mais, cresçamos juntos". Bento
XVI ressaltou que crescer em tamanho não significa tornar-se realmente grandes. E
confiou aos presentes uma recordação pessoal:
"Quando era adolescente, quando
tinha a idade de vocês, era um dos menores da minha sala e, por isso, tinha mais ainda
o desejo de ser um dia muito grande, e não somente grande em tamanho, mas queria fazer
algo de grande, mais que a minha vida, embora não conhecesse esta palavra "existe
mais"."
Em seguida, o Pontífice ressaltou o que significa, realmente, ser grande,
ou seja, crescer na amizade com Jesus. Um ensinamento que também os adultos não devem
esquecer:
"Assim Jesus ensinou aos adultos que também vocês são "grandes" e
que os adultos devem custodiar essa grandeza, que é a grandeza de ter um coração que
quer bem a Jesus."
Ser grande, então – acrescentou "significa amar muito Jesus,
ouvi-lo e falar com Ele na oração, encontrá-lo nos sacramentos, na santa missa". O
Pontífice reiterou que "amor de Deus" é sempre "amor aos amigos", particularmente
aos que se encontram em dificuldade.
O significado autêntico da palavra amor
foi também o tema forte da segunda pergunta, à qual o Papa respondeu chamando a atenção
para as mensagens errôneas que muitas vezes a sociedade propõe aos jovens:
"É
verdade: vocês não podem e não devem se adaptar a um amor reduzido a mercadoria de
troca, a ser consumida sem respeito por si e pelos outros, incapaz de castidade e
de pureza. Isso não é liberdade. Muito "amor" proposto pela mídia, pela internet,
não é amor, mas é egoísmo, fechamento, lhes dá a ilusão de um momento, mas não os
torna felizes, não os faz grandes, mas os prende como uma corrente que sufoca os pensamentos
e os sentimentos mais bonitos, os verdadeiros impulsos do coração, aquela força inexorável
que é o amor e que encontra em Jesus a sua máxima expressão, e no Espírito Santo a
força e o fogo que incendeia suas vidas, seus pensamentos e seus afetos."
"É
claro – reconheceu o Santo Padre – custa também sacrifício viver o amor de modo verdadeiro",
mas o Pontífice se disse certo de que os jovens da Ação Católica não têm "medo da
fadiga de um amor comprometido e autêntico", vez que é o único que, afinal de contas,
dá a verdadeira alegria!"
Aliás – prosseguiu – "há uma prova que diz se o amor
de vocês está crescendo bem: se vocês não excluem os outros de suas vidas, sobretudo
os seus amigos que sofrem e estão sozinhos, as pessoas em dificuldade, e se vocês
abrem o coração ao grande Amigo que é Jesus.
Por fim, o Papa respondeu a uma
educadora da Ação Católica, detendo-se sobre o que significa ser educadores:
"Diria
que ser educador significa ter uma alegria no coração e comunicá-la a todos para tornar
a vida boa e bonita; significa oferecer razões e metas para o caminho da vida, oferecer
a beleza da pessoa de Jesus e apaixonar-se por Ele, por seu estilo de vida, sua liberdade,
seu grande amor cheio de confiança em Deus Pai."
No momento de despedir-se,
Bento XVI respondeu com afeto ao grande entusiasmo dos jovens:
"Também eu estou
muito alegre. Sinto-me revigorado. Obrigado a todos vocês, de coração!" (RL)