Em Lisboa, um Congresso Internacional das Ordens e Congregações Religiosas numa perspectiva
multinacional
(30/10/2010) Perceber o papel das Ordens Religiosas, em Portugal e no mundo, nas
suas mais diversas perspectivas, ângulos ou metamorfoses, é o principal objectivo
do Congresso Internacional das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal: Memória,
Presença e Diásporas, que se realiza entre 2 e 5 de Novembro. O evento , que se
realiza na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai contar com cerca de 200 conferencistas,
vindos dos mais diversos países do mundo, e ainda com a participação de mais de 500
pessoas. Destaque para a presença de diversas figuras nacionais e institucionais,
entre as quais D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa; Mário Soares, antigo
presidente da República Portuguesa, e Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do
Tribunal de Contas. A grande novidade prende-se com o facto deste ser o primeiro
evento internacional do género em que se terá a oportunidade de “discutir a realidade
das ordens numa perspectiva multinacional, elas que são, no fundo, as precursoras
da globalização moderna”. O historiador começa por explicar que “a realidade das
ordens religiosas em Portugal só pode ser percebida na sua articulação com a presença
dessas mesmas ordens nos países onde estão implantadas”. A tradição multinacional
das ordens religiosas, desde a Idade Média, é a razão pela qual elas sobreviveram
ao longo dos tempos, em Portugal e no mundo, apesar dos ataques fortes que sempre
existiram”. No Congresso, “nada vai ser omitido, nem sequer os momentos mais polémicos
da História das Ordens”, garante o coordenador geral, para quem não se pode descurar
o papel relevante que as diversas congregações tiveram e continuam a ter na História
de Portugal. “Por vezes, a sua acção é pouco conhecida, mas há que em conta que
elas estão por trás de muitas instituições de solidariedade, estando presentes na
educação, na saúde, dinamizando as missões, em variadíssimos níveis da sociedade”,
aponta o mesmo responsável. São muitas as mais-valias presentes nos passos deixados
pelas Ordens Religiosas, ao longo dos tempos, e que vão ser tidas em conta neste debate
alargado. A importância das congregações na construção e preservação do património
colectivo português, o contributo para a economia, a literatura, nos campos da música
e das artes, serão outras temáticas em destaque. Ao contrário de encontros anteriores,
a discussão vai ser colectiva, em vez de privilegiar apenas esta ou aquela Ordem Religiosa.
“As ordens religiosas, dentro da Igreja, constituem famílias, com ideais próprios,
com lideranças autónomas, onde por vezes funcionam sem se conhecerem umas às outras.
Esta é a oportunidade para um verdadeiro ecumenismo”