ÍNDIA: 72 MILHÕES DE CRIANÇAS FORA DO SISTEMA DE ENSINO
Mumbai, 29 out (RV) – Setenta e dois milhões de crianças, na Índia, poderão
permanecer escravos do trabalho para sempre. O que as mantêm distantes dos bancos
escolares – e, portanto, de toda a qualquer possibilidade de terem um futuro diferente
do reservado a seus pais – é a extrema pobreza aliada à profunda ignorância dos próprios
genitores que as encaminham o mais cedo possível ao mercado de trabalho.
A
quase 20 anos da ratificação da Convenção da Onu sobre os Direitos da Infância, a
Índia continua sendo o país com o mais elevado número de crianças fora do sistema
de ensino. Apesar do aumento do número de matrículas nos últimos anos, a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estima que cerca
de 72 milhões de crianças indianas permanecem longe dos bancos escolares.
O
trabalho infantil, induzido pela persistência da extrema pobreza de amplas faixas
da população, é a primeira causa dessa situação. Portanto, para garantir o acesso
dessas crianças ao ensino, é necessário concentrar esforços a partir das fábricas
que as usam como mão de obra barata. É preciso conscientizar os empresários que empregar
essas crianças, tirando delas a possibilidade de estarem nos bancos escolares, consiste
num abuso da infância e numa violação dos direitos das crianças.
E, concomitantemente,
conscientizar os pais do mal que fazem a seus filhos, endereçando-os precocemente
ao mundo do trabalho, tirando de seus próprios filhos, a possibilidade de um futuro
melhor e mais digno. (AF)