2010-10-26 18:06:31

PE. ADOLFO NICOLÁS: NECESSIDADE DE NOVA LINGUAGEM PARA EXPRESSAR HOJE EXPERIÊNCIA CRISTÃ


Cidade do Vaticano, 26 out (RV) - A sociedade europeia está cada vez mais "envelhecida" e "arrogante". A Europa impressiona pela "antiguidade" das pessoas, dos edifícios, das culturas, da história, "das disputas e das desconfianças entre as nações".

Foi o que afirmou numa entrevista concedida ao serviço eletrônico de informação dos jesuítas, o Prepósito Geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás.

O que impressiona é também a grande "segurança" que os europeus têm de si mesmos e de suas opiniões – acrescentou. Na Ásia – onde o Prepósito Geral dos jesuítas desempenhou grande parte de sua missão pastoral – essas atitudes são consideradas "arrogantes".

Pe. Nicolás observou que tais atitudes são "compreensíveis" no contexto europeu, mas "injustificáveis" no contexto mundial. "É verdade que o europeu conhece muitas coisas, porém não conhece tudo." Conhece pouco de outros mundos "igualmente reais quanto a velha Europa", afirmou, ademais, Pe. Nicolas, cujas palavras foram veiculadas em matéria no jornal vaticano "L'Osservatore Romano".

Em seguida, o Prepósito Geral da Companhia de Jesus, que recentemente visitou vários países europeus, recordou os desafios que se apresentam para os jesuítas e os cristãos da Europa:

A secularização, o diálogo com um Islã numericamente sempre mais forte, e a necessidade de encontrar uma linguagem nova para expressar e comunicar adequadamente a experiência cristã.

O primeiro desafio – explicou Pe. Nicolás – consiste em colher o significado da vida cristã numa sociedade sempre mais secularizada. Além disso, em segundo lugar, é necessário compreender as modalidades da relação com os fiéis muçulmanos, a partir "da fraternidade, do acolhimento, da ajuda necessária" para que todos possam caminhar "numa nova harmonia, de modo criativo".

O terceiro desafio consiste na exigência de adotar uma nova linguagem mais flexível e capaz de expressar a riqueza "da experiência religiosa para a humanidade de hoje". As diferenças que podem ser encontradas nos vários continentes, embora sejam importantes, não são determinantes para a fé.

"Todos sofremos do mesmo modo e todos crescemos como pessoas" – observou Pe. Nicolás. "E nesta mescla de igualdades e diferenças, como religiosos e como jesuítas, todos nos encontramos tendo que enfrentar os mesmos desafios para crescer na estatura de Cristo." Nesse sentido, "o chamado de Cristo é igualmente difícil e de igual modo atraente para todos os povos".

Por fim, o Prepósito Geral dos jesuítas recordou a lição de fé que nos chega das comunidades cristãs do Oriente Médio, no centro do Sínodo dos bispos para essa região, concluído neste domingo com a santa missa presidida pelo Pontífice.

A diversidade de muitas comunidades espalhadas pelo mundo é um convite "a refletir sobre a grande profundidade de fé e de experiência que nos une". "E é, finalmente, um convite a se descobrir caminhos cristãos de comunhão, de serviço e de esperança" – concluiu. (RL)







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