PAPA: TODOS PERTENCEM A UMA SÓ FAMÍLIA, MIGRANTES E POPULAÇÕES QUE OS RECEBEM
Cidade do Vaticano, 26 out (RV) - Foi apresentada esta manhã, na Sala de Imprensa
da Santa Sé, a Mensagem do Papa para o 97º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
que se realizará em 16 de janeiro de 2011, sobre o tema "Uma só família humana".
A
mensagem foi apresentada pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os
Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, acompanhado pelo Subsecretário
do organismo, Pe. Gabriele Bentoglio.
Bento XVI ressalta na mensagem que o
"Dia Mundial do Migrante e do Refugiado oferece a oportunidade, a toda a Igreja, de
refletir sobre o tema relacionado ao crescente fenômeno da migração, de rezar a fim
de que os corações se abram ao acolhimento cristão e trabalhem para que cresçam no
mundo a justiça e a caridade, colunas para a construção de uma paz autêntica e duradoura".
"Uma
só família humana, uma só família de irmãos e irmãs em sociedades que se tornam cada
vez mais multiétnicas e intraculturais, onde também as pessoas de várias religiões
são estimuladas ao diálogo, para que se possa encontrar uma serena e frutuosa convivência
no respeito das legítimas diferenças" – frisa Bento XVI.
O Papa ressalta que
muitas pessoas enfrentam a difícil experiência da migração, em suas várias expressões:
internas ou internacionais, permanentes ou periódicas, econômicas ou políticas, voluntárias
ou forçadas. "Todos pertencem a uma só família, migrantes e populações locais que
os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino
é universal, como ensina a Doutrina Social da Igreja" – sublinha o Santo Padre.
Recordando
o Papa Paulo VI, Bento XVI afirma que "a falta de fraternidade entre os homens e entre
os povos" é causa profunda de subdesenvolvimento e incide sobre o fenômeno migratório.
O Papa João Paulo II, por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado,
de 2001, "ressaltou que o bem comum universal abrange toda a família dos povos, acima
de todo o egoísmo nacionalista. É neste contexto que se considera o direito de emigrar".
A Igreja reconhece o direito a cada pessoa de sair de seu país e entrar num outro
à procura de melhores condições de vida.
Bento XVI recorda os estudantes estrangeiros
que também são uma realidade em crescimento no âmbito do fenômeno migratório. "Eles
constituem pontes culturais e econômicas entre estes países e os que os recebem, e
tudo isto se orienta para formar uma só família humana" – sublinha o Papa.
O
Santo Padre encerra a mensagem convidando a não perder a esperança e a rezar juntos
para que Deus "nos ajude a ser, cada um em primeira pessoa, homens e mulheres capazes
de estabelecer relações fraternas" e para que nos campos social, político e institucional,
aumentem a compreensão e a estima recíproca entre povos e culturas. (MJ)