2010-10-24 14:29:57

BENTO XVI NO ENCERRAMENTO DO SÍNODO: A PAZ É POSSÍVEL


Cidade do Vaticano, 24 out (RV) - Concluiu-se, neste domingo, a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que teve como tema "A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho". O Papa encerrou o evento presidindo a celebração eucarística na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em sua homilia, Bento XVI ressaltou que durante o Sínodo os Padres Sinodais partilharam um forte momento de comunhão eclesial e acrescentou: "a Assembléia sinodal que hoje se encerra manteve sempre presente o ícone da primeira comunidade cristã, descrita nos Atos dos Apóstolos: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma" (At 4, 32). É uma realidade experimentada nos dias passados, nos quais partilhamos a alegria e as dores, as preocupações e as esperanças dos cristãos do Oriente Médio. Vivemos a unidade da Igreja na variedade das Igrejas presentes naquela Região. Guiados pelo Espírito Santo, nos tornamos "um só coração e uma só alma" na fé, na esperança e na caridade, sobretudo durante as Celebrações Eucarísticas, fonte e cume da comunhão eclesial, como também na Liturgia das Horas, celebrada cada manhã em um dos 7 ritos católicos do Oriente Médio."

O Papa expressou o desejo de que tais experiências positivas se repitam também nas respectivas comunidades do Oriente Médio. "A oração comum nos ajudou também a enfrentar os desafios da Igreja Católica no Oriente Médio. Um desses desafios é a comunhão dentro de cada Igreja sui iuris, como também nas relações entre as várias Igrejas católicas de diferentes tradições. Uma mais plena comunhão dentro da Igreja Católica favorece também o diálogo ecumênico com as outras Igrejas e Comunidades eclesiais" – ressaltou Bento XVI.

O Santo Padre sublinhou que a Igreja Católica "reiterou também no Sínodo sua profunda convicção de continuar tal diálogo, para que se realize completamente a oração do Senhor Jesus 'para que todos sejam um' (Jo 17, 21)".

O Papa frisou que os cristãos no Oriente Médio são portadores da Boa Nova do amor de Deus pelo homem, amor que se revelou na Terra Santa, na pessoa de Jesus Cristo.

"Esta Palavra de salvação, fortalecida pela graça dos Sacramentos, é a única palavra capaz de romper o ciclo vicioso da vingança, do ódio, da violência. De um coração purificado, em paz com Deus e com o próximo, podem nascer propósitos e iniciativas de paz em nível local, nacional e internacional. Nesse trabalho, a cuja realização é chamada toda a comunidade internacional, os cristãos, cidadãos com todos os direitos, podem e devem dar a sua contribuição com o espírito das bem-aventuranças, tornando-se construtores de paz e apóstolos de reconciliação para o benefício de toda a sociedade" - frisou o Santo Padre.

Bento XVI ressaltou que "a paz, que é dom de Deus, é também o resultado dos esforços dos homens de boa vontade, de instituições nacionais e internacionais, especialmente dos Estados mais envolvidos na busca da solução dos conflitos. A paz é possível. A paz é urgente. A paz é a condição indispensável para uma vida digna da pessoa humana e da sociedade. A paz é também o melhor remédio para evitar a emigração do Oriente Médio".

"Rezemos pela paz na Terra Santa. Rezemos pela paz no Oriente Médio, comprometendo-nos para que tal dom de Deus oferecido aos homens de boa vontade se espalhe pelo mundo inteiro" – disse ainda o Papa.

Bento XVI frisou que outra contribuição que os cristãos podem dar à sociedade é a promoção de uma verdadeira liberdade religiosa e de consciência, um dos direitos fundamentais da pessoa humana que cada Estado deveria sempre respeitar.

"Ampliar esse espaço de liberdade se torna uma exigência para garantir a todas as pessoas pertencentes às várias comunidades religiosas a verdadeira liberdade de viver e professar a sua fé. Esse tema poderia se tornar objeto de diálogo entre cristãos e muçulmanos, diálogo cuja urgência e utilidade foram reafirmadas pelos Padres sinodais" – concluiu o Santo Padre. (MJ/SP)







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