Santa Sé na ONU: “o combate á pobreza não é um acto de caridade mas de justiça”
(23/10/2010) Combater a pobreza não é um acto de caridade mas de justiça: foi o que
afirmou o arcebispo Francis Chullikatt, observador permanente da Santa Sé junto das
Nações Unidas em Nova Iorque intervindo na passada quinta feira na 65º assembleia
geral que decorre no Palácio de Vidro. A pobreza - disse – é um insulto á nossa
comum humanidade, temos os meios para a vencer, mas temos também a vontade?. O
prelado, recordando as promessas e os empenhos assumidos pela comunidade internacional
no ano 2000 para diminuir para metade a fome e a miséria entre o ano de 2015 denunciou
a diminuição das ajudas da parte dos países doadores por causa da crise actual. Invocou
portanto uma maior solidariedade no reconhecimento comum da pertença á única família
humana, com base também no principio do destino universal dos bens da terra. E
ao lado da solidariedade – explicou – existe a subsidiariedade , o principio segundo
o qual as ajudas não devem estimular a passividade de quem recebe mas promover a sua
iniciativa de maneira que os países pobres se tornem os verdadeiros protagonistas
do próprio desenvolvimento. Neste contexto o prelado exortou a não marginalizar do
mercado, as nações em vias de desenvolvimento mas pelo contraio a fazer de maneira
que sejam favorecidas nas trocas comerciais. O arcebispo Francis Chullikat afirmou
depois a necessidade de investir na instrução e na formação para promover o progresso
dos povos. Ao mesmo tempo é dever da comunidade internacional garantir o acesso aos
medicamentos para os mais pobres perante doenças como a malária, tuberculose, tétano
e SIDA. Passados os 60 anos da proclamação e da adopção da Declaração Universal dos
Direitos do Homem – concluiu o representante do Vaticano - é inaceitável que centenas
de milhões de pessoas vivam ainda em condições desumanas e estejam privadas dos
seus direitos fundamentais