SANTA SÉ NA ONU: COMBATER A POBREZA É UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA
Nova York, 23 out (RV) - "Combater a pobreza não é um ato de caridade, mas
de justiça" é a afirmação do observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas,
Dom Francis Chullikatt, em sua intervenção desta quinta-feira, na Assembléia Geral
da ONU. "A pobreza – disse ele – é um insulto à nossa comum humanidade."
Propondo
um questionamento, o representante vaticano fez uma provocação: "temos os meio para
acabar com a pobreza; mas temos vontade?". Recordando as promessas feitas e os compromissos
assumidos pela comunidade internacional, em 2000, de acabar com a fome e a miséria
no mundo até 2015, Dom Francis denunciou a diminuição da contribuição por parte dos
países doadores.
Invocou então uma maior solidariedade no reconhecimento comum
de "pertencer a uma única família humana", baseando-se no princípio do destino universal
dos bens sobre a terra.
"Junto à solidariedade – ressaltou ele – vem a subsidiariedade,
princípio segundo o qual o auxilio não deve estimular uma atitude passiva de quem
recebe, mas sim estimular a iniciativa dos países pobres, para que se tornem protagonistas
do próprio desenvolvimento." Para tanto, Dom Chullikatt lembrou a importância de se
promover a educação e a formação.
Concluindo sua intervenção, o representante
da Santa Sé disse ser "inaceitável que – passados 62 anos da Declaração Universal
dos Direitos Humanos - centenas de milhões de pessoas vivam ainda em condições desumanas
e privadas dos seus direitos fundamentais". (ED)