2010-10-22 16:13:55

IGREJA CATÓLICA POLONESA TRAVA LUTA CONTRA FECUNDAÇÃO IN VITRO


Varsóvia, 22 out (RV) - A Igreja Católica na Polônia está travando uma luta contra a fecundação in vitro e ameaça com a excomunhão os deputados favoráveis à sua legalização, coincidindo com um debate no Parlamento, nesta sexta-feira, de vários projetos de lei sobre bioética.

Os deputados favoráveis à fertilização in vitro (FIV) "ficam automaticamente fora da comunidade da Igreja", declarou em entrevista, o Arcebispo Henryk Hoser, médico de formação e encarregado dos temas bioéticos no Episcopado. "A concepção de uma criança deveria acontecer de forma natural" – insistiu ele.

Em carta divulgada, na última segunda-feira, aos líderes do país, os bispos denunciam a prática, definindo-a como "a irmã mais nova da eugenia", uma técnica dedicada à melhoria das características genéticas dos humanos, usada, sobretudo, pelos nazistas.

"Comparar os médicos que praticam esse método com os nazistas é um atentado contra a memória do Holocausto" – rebateu o prof. Slawomir Wolczynski, da Academia de Medicina de Bialystok, leste do país, primeiro centro a introduzir a fecundação in vitro na Polônia.

No passado, os bispos poloneses já haviam comparado a FIV a "uma espécie de aborto refinado", uma vez que o método "leva à morte de vários embriões", a cada tentativa.

"A Igreja tem o direito de opinar, mas nunca pensei que o faria de forma tão drástica" – disse o porta-voz do governo, Pawel Gras, referindo-se à carta enviada pelos prelados ao presidente, ao primeiro-ministro e aos deputados.

O presidente liberal Bronislaw Komorowski, católico e pai de cinco filhos, pediu "um compromisso razoável" que respeite a sensibilidade cristã e a "de todos os numerosos casais que _ às vezes desesperadamente – buscam uma saída para ter um filho".

A Polônia analisa dois projetos de lei sobre a fecundação in vitro: um que permite o congelamento dos embriões "excedentes"; e outro que não permite que isso seja feito. A Igreja considera o segundo projeto menos "nocivo" porque proíbe armazenar e, consequentemente, selecionar e destruir embriões, respeitando, assim, a vida, desde a sua concepção. (AF)







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