VATICANO CONTESTA CONGELAMENTO DE 23 MILHÕES DE EUROS
Cidade do Vaticano, 20 out (RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
Pe. Federico Lombardi, manifestou sua surpresa diante da decisão do Tribunal de Recursos
italiano, de confirmar o sequestro de 23 milhões de euros pertencentes ao Instituto
para as Obras Religiosas (IOR).
"A notícia da confirmação, por parte do Tribunal
de Recursos, do sequestro, em caráter preventivo, de um depósito do IOR numa conta-corrente
do Banco de Crédito Artigiano foi recebida com admiração" – diz Pe. Lombardi, num
comunicado oficial da Sala de Imprensa da Santa Sé, respondendo aos jornalistas. Pe.
Lombardi diz ainda que "se acredita que se trate de um problema interpretativo e formal"
e que "os responsáveis pelo IOR acreditam que poderão esclarecer a situação o mais
breve possível, nas sedes competentes".
A Procuradoria de Roma havia confiscado
o montante pertencente à instituição bancária do Vaticano, considerando que o IOR
teria omitido a identificação dos beneficiários e a razão para as movimentações desse
capital.
Quando esse problema foi trazido à luz, semanas atrás, Pe. Lombardi
manifestou a confiança do papa e da Cúria nos responsáveis pelo IOR, seu presidente
Ettore Gotti Tedeschi, e seu diretor-geral, Paolo Cipriani.
Apesar de ser conhecido
popularmente como o "Banco do Vaticano", na verdade, o IOR não tem objetivos especificamente
bancários, pois seus lucros são destinados a atividades religiosas e foi definido
como uma "entidade central" da Igreja, pelo Tribunal de Primeira Instância da Santa
Sé, em 1987. (AF)