SÍNODO: OS CRISTÃOS SÃO PARTE ESSENCIAL DO MUNDO ÁRABE
Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O Vigário General do Patriarcado de Babilônia
dos Caldeus (Jordânia), Pe. Raymond Moussalli; e o Conselheiro político do grão muftí
do Líbano, Muhammad Al-Sammak, falaram nos dias passados ao Padres Sinodais no âmbito
do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio que se realiza no Vaticano. Ambos afirmaram
que os cristãos são parte essencial do mundo árabe.
Padre Moussalli assinalou
em seu discurso: “nós cristãos, somos parte da história e da cultura desta região
do Oriente Médio e se fossemos obrigados a abandoná-la, perderíamos nossa identidade
já na próxima geração. Por isso espero que do Sínodo brote a necessidade de estabelecer
uma colaboração mais estreita entre os chefes das várias Igrejas no diálogo recíproco
com os irmãos muçulmanos moderados”.
Em seguida o sacerdote denunciou que “existe
uma campanha deliberada para mandar os cristãos para fora do país. Existem também
planos demoníacos de grupos fundamentalistas, não apenas contra os cristãos no Iraque,
mas contra os cristãos em todo o Oriente Médio”.
Finalmente expressou a necessidade
de “sensibilizar a comunidade internacional para que não permaneça em silêncio diante
do massacre dos cristãos do Iraque e dos países de tradição católica, para que façam
algo pelos cristãos iraquianos, começando pela pressão sobre o governo local. Estamos
atravessando um tempo dramático por causa da emigração das famílias e da perda de
nosso povo que ainda usa a língua aramaica falada por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Por
sua vez o líder muçulmano Al-Sammak denunciou a “falta de respeito pelos direitos
dos cidadãos com plena igualdade diante da lei de alguns países” e ressaltou que os
cristãos são considerados no Corão como "os mais amigos dos crentes".
No seu
discurso ele rechaçou o extremismo e reafirmou a necessidade de difundir uma cultura
de moderação. Também explicou que “a presença cristã no Oriente, que atua junto com
os muçulmanos, é uma necessidade tanto cristã como islâmica. É uma necessidade não
somente para o Oriente mas para o mundo inteiro". (SP)