2010-10-18 18:06:31

SÍNODO DOS BISPOS: CRISTÃOS DO ORIENTE MÉDIO NÃO ESTÃO SOZINHOS


Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O Sínodo para o Oriente Médio, em andamento no Vaticano com o tema "comunhão e testemunho", teve uma manhã densa de trabalhos nesta segunda-feira.

De fato, na presença do Papa, o Patriarca de Alexandria dos Coptas no Egito e relator do Sínodo, Antonios Naguib, e o Arcebispo de Chipre dos Maronitas e Secretário especial do Sínodo, Joseph Soueif, apresentaram o "Relatório após a discussão" em que foram resumidos os temas principais tratados até então no Sínodo, baseado nos quais serão elaboradas as Proposições finais.

Na parte da tarde, os trabalhos prosseguiram, a portas fechadas, com os Círculos menores.

Segundo o Relatório do Patriarca Naguib, os temas até então tratados são muitos, mas há uma única certeza: os cristãos do Oriente Médio não estão sozinhos.

Parte-se da importância da Palavra de Deus, do fato que ser cristãos significa ser missionários e que o anúncio religioso pacífico não é proselitismo, porque Jesus pede aos cristãos não que convençam, mas que testemunhem o Evangelho com alegria.

Em seguida, foram reiteradas a liberdade religiosa e de consciência, a igualdade dos cidadãos diante da lei, a importância da mídia – instrumento potente e precioso na difusão da mensagem evangélica. Destacadas também as escolas e universidades – lugar privilegiado da coexistência pacífica – que devem ser apoiadas.

No espaço reservado à política, condena-se a violência, venha de onde vier; expressa-se solidariedade aos palestinos, cuja situação atual – lê-se no Relatório – favorece o fundamentalismo, e se pede à comunidade internacional que considere a dramática situação dos cristãos no Iraque.

Apresenta-se também como central, no Relatório, o tema da emigração: é um direito natural, diz o Sínodo, mas não deve ser encorajado como escolha preferível, mais que isso, é preciso favorecer a paz e o desenvolvimento, para que os cristãos permaneçam no Oriente Médio.

O olhar da Assembléia sinodal estende-se também à diáspora, fazendo votos para que as Igrejas do Oriente mantenham os contatos com os fiéis também fora do país de origem. E a questão da migração diz respeito também àqueles que migram na região, como os africanos e os asiáticos, que muitas vezes são explorados no âmbito do trabalho, ao tempo em que, ao invés, devem ser acolhidos e ajudados.

Dá-se atenção também aos jovens e às mulheres, força do presente e do futuro, bem como aos leigos e às novas realidades eclesiais, e ao valor da vida monástica contemplativa, que deve ser redescoberta.

O Relatório sugere também uma espécie de "banco de sacerdotes" e um "banco para os leigos", de modo a se ter sempre "pessoas prontas a irem até os fiéis presentes nas áreas em dificuldades".

Quanto ao diálogo ecumênico, os padres sinodais reiteram – na esteira de Bento XVI – que sem comunhão não há testemunho e que a divisão é um escândalo. É preciso fazer um esforço sincero para superar os preconceitos – diz a Assembléia sinodal.

Em seguida, propõem a participação dos patriarcas no Conclave (assembleia de cardeais para a eleição do Papa, ndr) e a se pensar uma forma nova do exercício do primado que não prejudique a missão do Bispo de Roma e que se inspire nas formas eclesiais do Primeiro milênio. Trata-se de um tema delicado – reconhece o Sínodo – que poderia ser estudado por uma comissão pluridisciplinar formada para isso, encarregada pelo Papa. (RL)







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