A Igreja não pode permanecer indiferente diante dos males da sociedade. O Papa ao
novo Embaixador de El Salvador junto da Santa Sé
(18/10/2010) “A violência nada consegue e piora tudo, é um beco sem saída, um mal
detestável e inadmissível”: palavras de Bento XVI, no discurso dirigido ao novo Embaixador
da República de El Salvador, Manuel Barrera, recebido no Vaticano para a entrega das
Cartas Credenciais.
O Papa assegurou que “a Sede Apostólica dará o seu contributo
no caminho do diálogo e convivência pacífica empreendido pelas autoridades” do pais,
de tal modo que cada cidadão possa considerar o solo pátrio como um autêntico lar
que o acolhe e lhe oferece a possibilidade de nele viver com serenidade”. “A
partir da sua competência específica, com independência e liberdade, a Igreja em El
Salvador – afirmou Bento XVI – trata de servir a promoção do bem comum em todas as
suas dimensões e o fomento daquelas condições que consintam o desenvolvimento integral
das pessoas, impregnando assim o contexto social com a luz que provém da sua vocação
renovadora no meio do mundo”. A comunidade eclesial – assegurou o Papa – não pode
deixar de sentir-se interpelada quando a muitos falta uma casa digna, ou se encontram
sem emprego, que lhes permita sustentar a família, vendo-se assim obrigados a emigrar.
Aludindo aos Acordos assinados em 1992, pondo termo à prolongada guerra civil
que dilacerou o país, Bento XVI afirmou implorar do Omnipotente que os cidadãos de
El Salvador recebam a ajuda necessária para que renunciem definitivamente a tudo o
que provocam confrontos, substituindo as inimizades pela mútua compreensão e pela
salvaguarda da incolumidade de pessoas e haveres.
“Para conseguir estes bens
– declarou textualmente o Papa – é preciso que se convençam que a violência nada consegue
e tudo piora, pois é um beco sem saída, um mal detestável e inadmissível, uma fascinação
que afecta a pessoa e a degrada. A paz, pelo contrário, é a aspiração de todo
o homem. Como dom do Divino Salvador, é também uma tarefa em que todos hão-de cooperar
sem hesitação, encontrando para isso no Estado um firme defensor, através das disposições
jurídicas, económicas e sociais pertinentes, assim como de umas adequadas Forças de
Polícia e Segurança, que velem, no marco da legalidade, pelo bem-estar da população”.