2010-10-17 12:32:28

Bento XVI canonizou seis novos santos, salientando que “se alguém não crê na bondade de Deus, não pode rezar de modo verdadeiramente adequado.


(17/10/2010) Uma multidão ao mesmo tempo jubilosa e recolhida se congregou neste domingo de manhã na Praça de São Pedro, para uma Eucaristia presidida por Bento XVI, que procedeu à canonização de seis novos santos: um padre polaco, do século XV, Estanislau Kazimierczyk; o religioso canadiano André Bessette, que viveu entre os séculos XIX e XX; a religiosa espanhola, do século XIX, Madre Cândida Maria Barriola; a religiosa australiana Mary McKillop, do séc. XIX; e finalmente, da Itália, a Irmã Giulia Salzano, também do séc. XIX; e a monja clarissa, do séc. XV, Baptista Varano. Todos eles – sublinhou o Papa na homilia – viveram de modo exemplar a fé e a oração de que falam as Leituras da Missa.
Recordando as palavras conclusivas do Evangelho deste domingo – “O Filho do Homem, quando vier, encontrará a fé sobre a terra?”, comentou Bento XVI:
“É uma pergunta que quer suscitar um aumento de fé da nossa parte. Está claro que a oração deve ser expressão de fé, caso contrário não é verdadeira oração. Se alguém não crê na bondade de Deus, não pode rezar de modo verdadeiramente adequado. A fé é essencial como base da atitude de verdadeira oração. Foi o que fizeram os seis novos santos que hoje são propostos à veneração da Igreja universal”.
Evocando depois, brevemente, cada um dos novos santos, Bento XVI referiu-se antes de mais a São Estanislau Kazimierczyk, religioso dos Cónegos Regulares, em Cracóvia, padre, educador, atento ao cuidado dos mais necessitados:
“De modo particular estava ligado à Eucaristia, através do ardente amor por Cristo, presente sob as espécies do pão e do vinho; vivendo o mistério da morte e da ressurreição, que de modo incruento se realiza na Santa Missa; através da prática do amor ao próximo”.
Relativamente ao Irmão André Bessete, do Québec, no Canadá, religioso da Congregação da Santa Cruz, porteiro de um colégio em Montreal, o Papa pôs em destaque a modéstia e simplicidade da sua vida, com um iminente grau de fé e de submissão à vontade de Deus.
“Profundamente habitado pelo mistério de Jesus, viveu a beatitude dos corações puros e da rectidão pessoal. Foi graças a esta simplicidade que ele permitiu a muitos ver a Deus. Fez construir o Oratório São José de Mont Royal, do qual foi responsável até à morte, em 1937 e onde testemunhou inumeráveis curas e conversões”.
Sobre a Madre Cândida Maria Barriola, fundadora da congregação das Filhas de Jesus, Bento XVI sublinhou a sua total dedicação a Deus e aos outros:
“Aquela rapariga de origem simples, com um coração no que Deus pôs o seu selo e que a levaria bem depressa, sob a guia dos seus directores espirituais, jesuítas, a tomar a firme resolução de viver só para Deus. Decisão mantida fielmente, como ela própria recordava quando estava para morrer. Viveu para Deus e para o que Ele mais quer: chegar a todos, a todos levar a esperança que não vacila, e especialmente aos que mais disso necessitam”.
Quanto a Madre Mary McKillop, o Papa sublinhou o “corajoso e santo exemplo de zelo, perseverança e oração”.
“Dedicou-se como jovem à educação dos pobres em dificuldade da Austrália rural, inspirando outras mulheres a juntar-se-lhe na primeira comunidade de Irmãs do país. Preocupava-se com as necessidades de cada jovem que lhe estava confiado, sem considerar a condição ou riqueza, assegurando-lhes formação ao mesmo tempo intelectual e espiritual”.
Seguiu-se a referência a Madre Giulia Salzano, fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração de Jesus, “apostola da educação cristã”:
“Madre Giulia compreendeu bem a importância da catequese na Igreja, e, unindo a preparação pedagógica para o fervor espiritual, dedicou-se-lhe com generosidade e inteligência, contribuindo para a formação de pessoas de qualquer idade e condição social”.
Finalmente, Santa Baptista Varano, monja clarissa do século XV:
“Tendo entrado aos 23 anos no mosteiro de Urbino, inseriu-se como protagonista naquele vasto movimento de reforma da espiritualidade feminina franciscana que pretendia recuperar plenamente o carisma de santa Clara de Assis. (…)
Num tempo em que a Igreja sofria um relaxamento dos costumes, ela percorreu com decisão o caminho da penitência e da oração, animada pelo ardente desejo de renovação do Corpo místico de Cristo”.








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