Apresentada a versão preliminar da mensagem final do Sínodo dos Bispos para o Médio
Oriente, com apelo á paz e ao diálogo inter-religioso
(16/10/2010) A versão preliminar da mensagem final do Sínodo dos Bispos para o Médio
Oriente foi apresentada neste sábado, dia em que se conclui a primeira metade da assembleia,
que decorre no Vaticano até 24 de Outubro. O texto provisório, que nas suas linhas
gerais lança um apelo à paz e ao diálogo inter-religioso, vai ser examinado, revisto
e submetido ao voto dos participantes na próxima Sexta-feira. O documento pede
aos fiéis que perseverem nas dificuldades, dêem testemunho cristão e prossigam o diálogo
ecuménico, ao mesmo tempo que apela aos judeus e muçulmanos para trabalharem juntos
com vista a garantirem o cumprimento dos direitos humanos. O esboço da mensagem
final insta os políticos do Médio Oriente a esforçarem-se para favorecer a segurança
e a estabilidade política, empenhando-se simultaneamente no fim da corrida aos armamentos. A
comunidade internacional, por seu lado, é chamada a contribuir para o fim das lutas
armadas na região, nomeadamente no Iraque e na Palestina, bem como a promover o respeito
da liberdade de culto e de consciência. Dirigindo-se aos cristãos migrantes, o
texto convida-os a testemunhar a sua fé e cultura, esperando o futuro com confiança
e alegria. Educação, liberdade e vocações Os trabalhos de Sexta-feira do Sínodo,
dedicado ao tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho”, debruçaram-se
sobre a importância de uma educação baseada na liberdade, questão fundamental para
a convivência harmoniosa numa sociedade formada por diversas religiões. Os padres
sinodais – prelados presentes na assembleia – sublinharam o papel das instituições
culturais católicas, abertas a todas as pessoas independentemente das suas convicções
espirituais. Apesar das feridas entre as religiões, o Sínodo salienta que a igreja
e a mesquita devem ser espaços de reconciliação e perdão, como sucede com os caldeus
católicos da Mesopotâmia, que vivem pacificamente com os muçulmanos da região, num
ambiente de respeito e estima pelas instituições e obras católicas, apesar da situação
política. Os participantes reflectiram igualmente sobre as vocações religiosas:
depois de defenderem que a qualidade dos candidatos é mais importante do que a quantidade,
realçaram que o chamamento a uma vida consagrada a Deus é mais frequente nos territórios
onde os fiéis vivem realidades mais duras, como acontece no Seminário Patriarcal Caldeu
de Bagdad, capital do Iraque. Entre as propostas lançadas pelos bispos incluem-se
a realização de um congresso dedicado à formação dos jovens que conte com a participação
de representantes de todos os países árabes, a fundação de instituições especializadas
na orientação da família e a vivência da emigração como possibilidade de expansão
do catolicismo.