2010-10-16 18:01:42

ADVOGADO SÍRIO NÃO PÔDE RETIRAR PRÊMIO DE DIREITOS HUMANOS


Genebra, 16 out (RV) - O advogado sírio, Muhammad Al-Hassani, que se encontra preso em seu país, acusado de "enfraquecer o sentimento nacional", não pôde retirar, nesta sexta-feira, o maior prêmio anual do mundo, de defesa dos direitos humanos, o "Martin Ennals".

Durante a cerimônia de entrega do prestigioso reconhecimento, presidida pela Alta Comissária de Direitos Humanos, da Onu, Navi Pillay, foi exibido um vídeo sobre o premiado, feito na prisão onde ele se encontra, na Síria.

"O governo sírio deve entender que seus esforços para conquistar o respeito da comunidade internacional perdem credibilidade, enquanto mantiver encarcerados aqueles que defendem os direitos humanos" – disse o presidente da fundação que outorga o "Martin Ennals", Hans Thoolen.

No dia 23 de junho passado, o Tribunal Penal de Damasco condenou Al-Hassani a três anos de reclusão, pela imputação de "enfraquecer o sentimento nacional" e por "transmitir falsas notícias, capazes de enfraquecer o moral da nação".

O advogado sírio, presidente da Organização Síria de Defesa dos Direitos Humanos (Swasiya), foi detido em julho do ano passado e, desde então, se encontra preso no cárcere de Adhra, "em condições precárias – diz a fundação que lhe outorgou o prêmio – visto que divide a cela com outros 70 presos; uma cela tão pequena que os presos fazem turnos para poderem se deitar" – ressalta Hans Thoolen, em sua motivação para a atribuição do reconhecimento.

Entre os membros do júri do "Martin Ennals" encontram-se a Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT), a Human Rights Watch, a Anistia Internacional, a Federação Internacional de Direitos Humanos, e a Comissão Internacional de Juristas.

O "Martin Ennals" é também chamado "Nobel dos Direitos Humanos" e foi criado em 1993, para premiar aqueles que, em todo o mundo, demonstram excepcional coragem na defesa e promoção dos direitos humanos. É intitulado a Martin Ennals, que foi secretário-geral da Anistia Internacional.

O prêmio consta de uma dotação de 20 mil francos suíços que devem ser usados pelos premiados para dar suporte a seu trrabalho de defesa dos direitos humanos.

A cerimônia de entrega do reconhecimento realiza-se em Genebra, Suíça. (AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.